Um país suspenso. Um governo em greve. E uma movimentação militar no sentido de estabilização de uma democracia representativa em Portugal. O PREC “perdeu os sentidos”, e acabaria por finar. O dia em que Costa Gomes decretou o Estado de Sítio na região de Lisboa, em que Otelo Saraiva de Carvalho esteve desaparecido, em que Jaime Neves saído dos Comandos da Amadora a bordo de um chaimite tomou conta das operações militares, e em que Ramalho Eanes chamou a si o restabelecimento da ordem, posto em causa. A execução do golpe militar começado a formar meses antes, durante o chamado Verão Quente, e que visava terminar com a crescente sovietização do regime, acabar com o “Processo Revolucionário em Curso”, e transformá-lo num “Processo Constitucional em Curso”. Grosso modo, é assim… sendo que após todos estes anos, ainda subsistam muitas dúvidas sobre quem fez o quê, e quem foram de facto os vencedores. Se de facto foi a esquerda militar que iniciou o golpe, de que forma o PCP tentou tomar o poder, e se a democracia teoricamente instaurada um ano e meio antes em 25 de Abril, só nesta data pode ostentar o título. Até há pouco, por polémica e duvidosa, a data não era celebrada, mas parece que se prepara a mudança. Existem pelo menos seis cidades em Portugal que têm 25 de Novembro de 75 na nomenclatura das ruas. Uma delas é Leiria.