Com velas e panos negros, em “sinal de luto pela Serra da Argemela”, dezenas de habitantes do Barco, mas também população de outras localidades da zona, como Silvares, em protesto contra a exploração de lítio, estiveram na noite de sábado, 13, presentes numa vigília no Pelourinho, onde o primeiro-ministro, António Costa, se deslocou para inaugurar o Teatro Municipal da Covilhã.
Depois de lhes ser pedido que se deslocassem da zona em frente à Câmara Municipal para mais abaixo, junto à estátua de D. Luís, os participantes na vigília mantiveram-se em silêncio e só após a chegada de António Costa, que não se aproximou do grupo, nem respondeu às interpelações dos jornalistas sobre a vigília, se ouviram palavras de ordem, como “querem matar a Argemela”, “ a Argemela é nossa” ou “a Covilhã e o Fundão estão de luto”.
“Há cinco anos que andamos nesta luta. Nós já escrevermos, já falámos, já gritámos em manifestações. Hoje estamos aqui para ver se, de uma forma um pouco mais silenciosa, ele até nos ouve”, dizia Gabriela Margarido, do Grupo pela Preservação da Serra da Argemela (GPSA), que sublinhou que o primeiro-ministro tem na sua posse toda a informação e fundamentação das populações contra a exploração mineira na zona.
Para a representante, resta-lhe “corrigir esta situação, de tremenda injustiça para as populações”, acrescentando que o processo está repleto de “atropelos procedimentais” e foi feita a assinatura do contrato, em 28 de Outubro, “ao arrepio dos nossos direitos mais básicos”, argumentou Gabriela Margarido, que pediu “que se anule o contrato”.
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