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Diálogo, educação e trabalho: as condições para a paz

Diálogo intergeracional, a educação e o trabalho digno. São estas, segundo o Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, as três condições essenciais para abrir os caminhos da paz, sem a qual “não podemos viver”.

Na homília do passado sábado, 1 de Janeiro, Dia Mundial da Paz, que se celebrou pela 55ª vez, D. Manuel, lembrou que este bem supremo da paz é “dom de Deus, que, todavia não dispensa a nossa colaboração.” “A paz tem hoje o novo nome que o Papa Paulo VI lhe atribuiu e é desenvolvimento integral” explica D. Manuel, que aponta para as três condições que o Papa considera “indispensáveis para se conseguir chegar à paz duradoira, tão desejada por todos e absolutamente necessária para as pessoas e para as comunidades.” O diálogo, a educação e o trabalho.

O Bispo lembra, por exemplo, que as crises, “e temos agora o exemplo da pandemia”, vieram dizer-nos que “cada um nunca se pode salvar sozinho e, por isso, só caminhos de solidariedade e cooperação nos podem garantir futuro digno e sustentável.  Por isso, só com o diálogo e a cooperação entre todos, e sobretudo entre as distintas gerações, podemos conseguir o desejado equilíbrio, que garante a paz.”

Já a educação “será sempre o insubstituível motor da paz. Por isso, os gastos com a educação precisam de ser considerados mais como investimento do que despesa. Trata-se de investir em pessoas cujas capacidades, se bem desenvolvidas, são a única garantia de virmos a ter uma vida pessoal e em sociedade que realmente satisfaz.” D. Manuel apela ainda a que se acabe com “muitas situações em que uns educam e outros deseducam, sem que às gerações mais novas lhes seja garantido o direito fundamental a uma educação integral e coerente que os ajude a desenvolver todas as suas capacidades, e de forma equilibrada, em ordem a poderem tomar as decisões certas no momento certo, que farão deles adultos responsáveis pela condução da sua vida pessoal e da sociedade que os integra.” Porque “educar é formar pessoas maduras, capazes de fazer escolhas acertadas e conduzi-las a bom termo.”

Quanto ao mundo do trabalho, é outro factor do qual depende, em larga medida, a construção da paz. D. Manuel Felício recorda as crises provocadas pela actual pandemia e o grande número de empresas que “não resistiram e fecharam, os trabalhos precários, o teletrabalho e a formação à distância que não tiveram os resultados pretendidos. E se pensarmos na chamada economia informal daqueles que desenvolvem actividade sem qualquer reconhecimento e protecção social, então o desastre é ainda maior.” O Bispo acrescenta a dificuldade “já bem visível de a aplicação de tecnologias avançadas estar a afastar as pessoas do trabalho, substituindo-as por máquinas, o que não pode considerar-se progresso, mas antes prejuízo para o bem-estar das pessoas e ameaça para coesão social. Tudo isto nos conduz ao espetro da convulsão social, que necessariamente ameaça a paz.”

Por isso apela aos legisladores, mas também aso formadores e depois aos governantes “para que se possam conseguir condições de trabalho digno e sustentável para todos. Pois sabemos que sem trabalho a pessoa, de facto, fica à margem da vida em sociedade e entra assim no número dos marginais, situação que é sempre indesejável.”

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