Entre as várias iniciativas solidárias de particulares, instituições e de entidades oficiais para levar ajuda humanitária à Ucrânia, conta-se a Escola Básica dos Penedos Altos, que mobilizou a comunidade e, em apenas três dias, reuniu bens que encheram duas carrinhas com diverso material que se juntou a um camião que na semana passada partiu rumo à Polónia, país onde têm entrado a maioria dos refugiados vítimas da invasão da Rússia na Ucrânia.
Além da comunidade escolar, também o bairro se associou, com outros pontos de recolha, como um supermercado local, e a sede do agrupamento A Lã e a Neve, mas também chegaram donativos da Boidobra e continuaram a ser entregues bens após a partida do camião, que passarão a ser encaminhados para outros organismos, com o mesmo destino.
Maria, de sete anos, está há pouco tempo em Portugal e começou em Setembro a estudar na Escola dos Penedos Altos. Com o início da guerra no seu país, a professora, Aida Fazendeiro, notou-a triste, mas os gestos de empatia dos colegas, que se alastraram à comunidade, fizeram-na sentir a solidariedade de quem a rodeia.
Ainda a deparar-se com os obstáculos de integração num país diferente, Maria tem recebido especial atenção dos restantes alunos, que desenharam bandeiras da Ucrânia e as levaram para a escola, e fizeram questão de ajudarem a transportar para as carrinhas os sacos com roupa quente, produtos alimentares e artigos de higiene.
“As crianças estão sensibilizadas e envolveram-se. A mãe da Maria disse-me que ela está grata pelo que os colegas estão a fazer. Nós agradecemos a quem ajudou e vamos continuar a angariar”, disse a professora, Aida Fazendeiro.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques tinham até ao início da semana provocado a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.