A morte do jovem Polícia de Segurança Pública (PSP) natural da Covilhã, Fábio Guerra, foi um acto de violência pura, injustificada, de pessoas em quem, supostamente, podemos confiar (militares), como bem disse o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, que considerou o acto “animalesco”.
Sem dúvida que (e nestas mortes não há consolo possível para familiares, quando se trata de alguém tão jovem) estes actos têm que ser investigados até à exaustão e os seus responsáveis, punidos, por lei, de forma exemplar. Para que não volte, como acontece tanta vez neste país, a dar a impressão que a culpa morre sempre solteira. E que os maus, afinal, nem sempre são castigados.
Mas o caso do Fábio, que é trágico, pois é de uma morte que se trata, é apenas mais um dos muitos episódios de violência gratuita a que tanta vez assistimos. É fácil recordar tantos e tantos casos que nos mostram que a violência começa a travar-se dentro de quatro paredes. Em casa. Na escola. Na forma como se educa em Portugal.
Se este é o acontecimento mais marcante desta semana na Covilhã (e até em termos noticiosos nacionais, embora aqui com um mediatismo exacerbado que não se justifica), há, porém, outras notícias bem melhores que dão esperança. E vários exemplos de que muitas vezes, depois da tempestade, vem a bonança.
Depois de dois anos, devido à pandemia provocada pela covid-19, a alegria das marchas populares regressa às ruas da Covilhã, para contentamento de tantos aficionados desta já tradição covilhanense. Os bombeiros da Covilhã vão ganhar uma terceira equipa permanente de intervenção, o que ajudará, de certo, a um socorro mais rápido e eficaz, caso a população assim o necessite. As enigmáticas “bolas” da Torre vão passar a ter gestão conjunta de três municípios da Serra da Estrela (Seia, Covilhã e Manteigas), o que perspetiva a hipótese de terem um melhor e maior aproveitamento, em especial, em termos turísticos. A onda de solidariedade em torno da Ucrânia não para de subir e, na Covilhã, Cova da Beira, distrito ou Beira Interior, são vários os exemplos de iniciativas de ajuda ao próximo. E no futebol, finalmente, o Sporting da Covilhã soma duas vitórias consecutivas e aproxima-se dos lugares que lhe podem dar uma almejada manutenção na II Liga, que todos os adeptos, sócios e covilhanenses em geral, desejam.
Quando o copo está meio vazio, não há como olhar para o copo meio cheio para ver que nem tudo é como se pinta, e que, enquanto há vida, há esperança. É isto que a história nos conta. É isto que continuaremos, aqui, a contar, pois ainda estamos cá…