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Unidade de Cuidados a pessoas com demência “chumbada”

A Unidade Residencial de Apoio a Doentes com Demência projectada para Caria, num terreno junto ao pavilhão gimnodesportivo, já não vai avançar porque a obra não recebeu classificação suficiente para a sua aprovação, muito por culpa da nota atribuída pelo Conselho Local de Acção Social (CLAS) de Belmonte.

A revelação foi feita na última Assembleia Municipal, pelo Presidente da Câmara, António Dias Rocha, que diz ter ficado confuso e espantado com este desfecho. “O que me dizem é que Belmonte classifica sempre mal os seus projectos. Foi o caso. Não volta a acontecer. Quero estar sempre nas reuniões do CLAS” garante.

“Era um projecto com a mais-valia de criar vários postos de trabalho. Quero manifestar a minha forte indignação pelo comportamento da senhora ministra da solidariedade e secretária de Estado. Depois de elogiar, é só palavras para nos enganar. É incompreensível” afirma o vereador da CDU, Carlos Afonso, que questionou o tema na última reunião pública do executivo.

A Unidade de Cuidados para Pessoas com Demência, que seria promovida por três instituições de solidariedade social da Cova da Beira, foi apresentada publicamente há três anos (Novembro de 2019) e juntava num único projecto a Santa Casa da Misericórdia de Belmonte, Mutualista Covilhanense e Associação de Solidariedade Social de Silvares. O projecto, dado a conhecer numa cerimónia pública, primeiro em Caria e depois na Covilhã, contemplava a criação de uma estrutura moderna, mas construída de raiz, não sendo aproveitado o edificado já existente em frente ao pavilhão gimnodesportivo de Caria, onde outrora começou a ser construído um lar pela Misericórdia de Belmonte. “A qualidade do que lá estava já não era a melhor e o custo de recuperação seria mais elevado que fazer algo de raiz” explicava o arquitecto responsável, Adelino Minhós.

 “O que se pretende é dar uma resposta às realidades que temos, num trabalho de complementaridade, para toda a Cova da Beira. Não é um projecto fechado. É aberto a outras instituições que se queiram associar” frisava o presidente da Mutualista, Nelson Silva. A estrutura residencial para idosos, mas mais direccionada para pessoas com demências, poderia acolher até 80 utentes e custaria cerca de quatro milhões de euros, num terreno com mais de sete mil metros quadrados, em Caria.

Agora, com este chumbo, o Gabinete de Apoio à Presidência na Câmara de Belmonte adianta que o projecto será reconvertido e deslocado para um terreno municipal junto da sede da Junta de Freguesia, uma vez que nele se pretende instalar “um novo equipamento social, contendo várias valências, entre elas um espaço para demências.” Segundo a autarquia, tratar-se-á de “um novo conceito de equipamentos sociais, que já existem em vários outros países da Europa, também virados para o acolhimento de pessoas idosas, permitindo-lhes um envelhecimento saudável e um convívio intergeracional e com tarefas que possam ocupar o seu dia-a-dia.”

O projeto “está em andamento para que possa ser candidatável a um novo aviso do PRR a ser publicado muito em breve, em parceria com as entidades que compõem a Plataforma Social da Cova da Beira.”

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