Em julho deste ano, decorreu neste espaço (uma antiga fábrica de lanifícios) uma demonstração de um conjunto de experiências que fazem parte da conceção do espaço dedicado à energia, à montanha, sustentabilidade e aos ecossistemas. E, segundo um dos parceiros, a UBI, o Centro de Energia Viva de Montanha de Manteigas estaria “concluído”, sendo agora responsabilidade da autarquia local, como entidade detentora da estrutura, definir “um modelo de desenvolvimento”. Porém, o centro já não abrirá este ano. Pelo menos, foi essa a garantia deixada na quarta-feira, 19, pelo presidente da Câmara de Manteigas, Flávio Massano, na reunião pública do executivo. Mas sem explicações para o sucedido.
“O centro não tem condições para abrir este ano. Posso remeter explicações aos senhores vereadores, em privado, mas em termos públicos prefiro não dizer mais nada, porque ainda não falei com todos os parceiros do projeto” disse o autarca, em resposta à vereadora do PS, Ângela Muxana, que perguntou quando é que a estrutura abria já depois de ter havido uma visita experimental.
Segundo a UBI, o Centro disponibiliza aos visitantes um conjunto de experiências, como o resgate na montanha ou a expedição. Essas atividades promovem a “aprendizagem experiencial e a lógica de “hands-on”, permitindo aos visitantes conhecer e aprender alguns aspetos relevantes do ecossistema Montanha, de forma multidisciplinar.”
O espaço surgiu no âmbito da colaboração entre a UBI, a ENERAREA e a Câmara Municipal de Manteigas, com a UBI a colocar o seu “know-how ao serviço do município, através da mobilização de mais de 14 áreas de conhecimento e da colaboração de 30 investigadores que se empenharam no suporte científico (conceptualização, conceção e desenvolvimento) das experiências que compõem o Centro.”
Em julho, numa Assembleia Municipal, Flávio Massano dissera que só fazia sentido abrir o espaço “se este tiver capacidade para contar uma história” o que iria ser testado na visita experimental de dia 14 desse mês. E se essa corresse bem, “há ainda obras de segurança para afinar. É importante que a visita corra bem porque não vamos abrir um centro que possa não ter capacidade para contar uma história a quem o visitar e é isso que vamos testar dia 14”, sublinhava.
Recordar que este centro ocupa a antiga Fábrica do Rio, adquirida pela autarquia de Manteigas. O protocolo de colaboração com a Universidade da Beira Interior, UBI, e a ENERAREA – Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior foi celebrado em 2016.