“Oh rama oh que linda rama” é uma música que vai “beber” ao cante alentejano, ficou mais conhecida pela versão de Vitorino, e é associada ao amor pela natureza, e à colheita da azeitona. De tal forma, que uma marca de azeite a utilizou há uns anos, para promover o seu melhor extra virgem produzido a partir das azeitonas colhidas ao luar, e ao som dos lindos e cantados versos. Tempero de excelência à nossa mesa. O que é que acontece?! Arrancou a temporada da “apanha” do fruto da oliveira, a campanha nocturna nos olivais superintensivos do Alentejo, e a polémica que rodeia os seus procedimentos.
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas alertou pelo terceiro ano consecutivo para a suspensão do processo durante a noite, porque, com base numa denúncia feita em 2019, estimou-se que a colheita nocturna de azeitona terá provocado a morte de quase 100 mil aves migratórias. Na Andaluzia o número terá atingido os 2,6 milhões, graças às máquinas que passam por cima das linhas de árvores que são apertadas e sacudidas por varas horizontais vibratórias provocando a sucção. É neste processo que as aves são mortas. Há consciência do mal que a prática causa, e algumas confederações de agricultores, decidiram suspender a colheita nocturna mecanizada na campanha que está a decorrer. Azeite do melhor, azeitona do olival, colheita tradicional.