A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, em comunicado, diz ter análises de um laboratório (Centro Tecnológico das Indústrias de Couro) “devidamente creditado” que desmentem uma elevada concentração de glifosato naquele concelho.
Segundo a autarquia, as análises “desmentem totalmente” o estudo divulgado em setembro último pela Plataforma Transgénicos Fora.
“Estranhando os dados do referido estudo, cujos critérios continuam desconhecidos (no qual era referido que uma amostra de água recolhida na zona da Fonte Insonsa, no concelho de Idanha, continha uma concentração de glifosato de 3 microgramas/litro, isto é 30 vezes mais que o limite legal), a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova procedeu à contratação de um laboratório independente e devidamente acreditado” explica em comunicado. Segundo a autarquia, o CTIC procedeu à recolha de amostras de água no dia 21 de setembro de 2023, na zona da Fonte Insonsa, na freguesia do Ladoeiro. “As recolhas foram realizadas em vários locais cuja origem da água é em nascentes próprias, designadamente Fonte das Pias, Fonte Grande e Fonte Pequena. Na mesma freguesia, foi também recolhida uma amostra da rede pública de distribuição de água, cujo ponto de amostragem foi na Escola Primária do Ladoeiro. Foram ainda recolhidas duas amostras na Herdade da Fonte Insonsa, uma na água de abastecimento público e outra numa captação subterrânea (furo)” conta a Câmara.
Segundo a mesma, o laboratório efetuou as análises e emitiu os relatórios de resultados. “E estes não deixam dúvidas: a concentração de glifosato em todas as amostras realizadas situa-se abaixo do limite do quantificável, isto é, uma concentração inferior a 0,03 miligramas/litro” garante a autarquia idanhense, que lamenta os danos causados à imagem do concelho por “um estudo de credibilidade duvidosa.”
Por outro lado, a Câmara reafirma a sua oposição à utilização de glifosato e incita as entidades governamentais com responsabilidade nesta matéria a “adotar as recomendações da Organização Mundial da Saúde, que classifica este produto como um potencial carcinógeno e apela à proibição da sua utilização.”