O Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira (BACB) recolheu na campanha de Natal, entre os dias 1 e 3, 40 toneladas de alimentos, um acréscimo de quatro toneladas em relação ao ano passado, que correspondem a mais 10% de bens alimentares.
O presidente da estrutura, Paulo Pinheiro, mostra-se satisfeito com o resultado, numa altura em que os preços estão mais altos.
“É muito bom, sobretudo pensando que, com a inflação, os alimentos que nos são doados são muito mais caros. Portanto, as pessoas fizeram um esforço extra, quando comparado com campanhas anteriores”, sublinhou o responsável, ao NC.
Segundo Paulo Pinheiro, há mais de dez anos que o BACB não atingia números desta ordem e importa agora fazer chegar os alimentos a quem precisa e “fazer render estes alimentos”.
Se por um lado foram recolhidas 40 toneladas e 54 quilos, para distribuir pelas 57 instituições e cerca de 3700 pessoas apoiadas atualmente, há “a outra face da moeda”, que é o aumento de pedidos por parte de pessoas com um novo perfil.
O presidente do Banco Alimentar da Cova da Beira alerta que as pessoas trabalham, têm rendimentos, mas têm ordenados baixos e “a vida está-se a tornar muito cara para conseguirem dar uma resposta naquilo que é essencial”, situações que se juntam aos casos anteriormente acompanhados.
“Infelizmente, estamos a falar de mais pobres na nossa região. Quem tem trabalho já não consegue pagar as suas contas, e são pessoas regradas. Enquanto sociedade temos de refletir se não estamos aqui a cair em erros e se não devemos tentar descobrir como solucionar isso de alguma forma”, realça Paulo Pinheiro.
Na campanha de Natal deste ano participaram cerca de mil voluntários, mais do que habitualmente. A recolha foi feita em 57 lojas.