Um acontecimento está associado ao outro, e por isso convergem na celebração “de uma conquista essencial: a liberdade”, sublinhou Fernando Sena, o diretor do Teatro das Beiras, que este ano completa meio século de existência e entrelaça a programação com os 50 anos do 25 de Abril.
Segundo Fernando Sena, a Revolução dos Cravos facilitou a criação de associações, com a liberdade que daí adveio, e o então Grupo de Intervenção Cultural da Covilhã (GICC) nasceu desse contexto. De acordo com o diretor, a companhia “nasceu iluminada pela liberdade que brotou do 25 de Abril” e que permitiu as condições para o surgimento de um projeto cultural que “rompeu com a anemia e o provincianismo de um meio que olhava para a cultura de viés”.
Na programação para 2024 constam três novas produções, a primeira em fase de ensaios, com estreia programada para 29 de fevereiro, mas também a continuação da digressão de “Maria de Medeia”, a itinerância durante o verão pelo concelho, a continuidade das Quartas de Teatro, uma vez por mês, o Festival de Teatro da Covilhã e um ciclo de conferências e exposições sobre os 50 anos da companhia e do 25 de Abril, pela relação estabelecida entre ambos os acontecimentos.
“Dizemos sempre que viemos de Abril, somos de Abril e continuaremos de Abril”, acentuou na segunda-feira, 08, Fernando Sena, durante a apresentação da programação para este ano.
Para assinalar o meio século de existência, entre outras iniciativas, é apresentado dia 07 de novembro, data do aniversário, um livro sobre o percurso do Teatro das Beiras.
Na segunda começaram os ensaios da 116.ª produção da companhia, “A grande imprecação diante das muralhas da cidade”, de Tankred Dorst, encenado novamente por Gil Salgueiro Nave, depois de já o ter feito em 1979, com a participação de Sónia Botelho no elenco.
Para 20 de junho está prevista a estreia de “O juiz da Beira”, de Gil Vicente, encenada por Nuno Carinhas, produção que durante o verão andará em digressão, entre 24 de junho e 18 de agosto, por várias freguesias.
Em 16 de outubro sobe ao palco “A festa”, uma encenação de Maria João Luís, a partir de um texto de Spiro Scimone.
No âmbito de um projeto educativo, a companhia promove uma Oficina de Teatro, para 12 crianças, de 01 a 05 de abril, e entre outubro e dezembro desloca-se a escolas do concelho para em cada uma produzir uma peça de teatro com a participação dos alunos.
O Festival de Teatro da Covilhã decorre entre 07 e 16 de novembro e vai contar com 12 espetáculos e oito companhias.
Pelo segundo ano, o Teatro das Beiras dinamiza as Quartas de Teatro, por terem constatado que “foi uma excelente aposta”, frisou Fernando Sena. “Superámos em termos de público o que pensámos quando começámos a fazer”, acrescentou.
A Escola de Mulheres está pela primeira vez na Covilhã na quarta-feira, 10, com a peça “Entre eles dois”. Em 7 de fevereiro é a vez de “Pó e Batom”, pelo Cendrev e, em 10 de abril, sobe ao palco o Teatro da Rainha, com “Às duas da manhã”.
Dia 15 de maio pisa as tábuas do auditório da companhia o Teatro do Noroeste, com a peça “Salgueiro Maia: cartografia de um monólogo”. Em junho, dia 5, a Escola da Noite apresenta “A Casa Tomada” e em 11 e 12 de setembro a Companhia de Teatro de Almada está em cena com “O futuro já era”. Em dezembro, as Quartas de Teatro, uma vez por mês, terminam dia 4, com a peça “Ser português de norte a sul”, pelo Krisálida Teatro.