O que o leva, pela segunda vez, a encabeçar a candidatura da CDU?
A luta obriga sempre que alguém dê um passo em frente. É por isso que aqui estou de novo, com a esperança de poder honrar a confiança em mim depositada, pronto a lutar pelos interesses do povo e dos trabalhadores da região. Por todas as razões que sempre nos animam quando sabemos estar a combater do lado certo da barricada, ainda mais agora, no ano em que a revolução de 25 de Abril cumpre 50 anos.
Quais são as suas prioridades?
A defesa consequente da região e a resposta ao défice demográfico e à desertificação económica exigem uma política que valorize o trabalho, que promova o desenvolvimento económico, que assegure o direito à saúde, à educação, com trabalhadores valorizados e em número adequado às necessidades, o direito à habitação, à cultura, que concretize as infraestruturas indispensáveis para aproveitar e potenciar as capacidades existentes, que garanta o direito à mobilidade, pondo fim às portagens, construindo uma rede de transportes públicos ferroviário e rodoviário que cubra todo o distrito, com preços reduzidos, tendo como objetivo alcançar a gratuitidade. É, por isso, crucial aumentar de forma significativa os salários e as reformas/pensões; apoiar a produção regional agrícola e florestal, privilegiando a pequena e média exploração, promover a reindustrialização e defender e apoiar as micro, pequenas e médias empresas, que são 99% do nosso tecido produtivo. Reforçar e ampliar o ensino superior e tecnológico regional. Concretizar a regionalização, reforçar o apoio ao poder local, garantir respostas públicas, nomeadamente com a criação de uma rede pública de creches e lares. Se assim não for, os jovens, os mais qualificados, continuarão a partir.
Por que devem os eleitores confiar-lhe o seu voto?
Porque o voto na CDU vale por dois: derrotar a direita e condicionar o PS. Porque o distrito precisa de quem defenda os direitos dos trabalhadores e das populações na Assembleia da República; de quem tem uma pequena empresa; de quem vive da agricultura de base familiar, da floresta; de quem precisa do Serviço Nacional de Saúde, da escola pública, de uma casa para viver; de quem faz e gosta da cultura, do desporto, de quem defenda a água pública e o nosso património natural.
O que distingue a CDU dos demais partidos?
Somos uma força de palavra, dignidade e confiança. Não aparecemos só nas eleições. Não dizemos hoje uma coisa e amanhã outra. O que propomos, fazemos e cumprimos. Temos um imenso património de reflexão crítica, intervenção, proposta e luta. Temos uma lista composta por homens e mulheres ligados à vida do distrito, gente conhecedora da realidade concreta, gente séria, honesta, que não está ao serviço do poder económico, cujo único compromisso é em construir um futuro melhor não para si ou para os seus interesses, mas para todos.
Quais são os grandes desafios da interioridade e o que, em concreto, propõe para combater o despovoamento?
A região não pode servir apenas para captar fundos comunitários que depois são gastos no litoral, para exportar pessoas qualificadas que aqui fazem falta e recursos que aqui podem e devem ser transformados, gerando emprego e riqueza. Isso requer a mobilização substancial de investimento público e privado para podermos, por um lado, apoiar e modernizar o que já temos e aproveitarmos todas as potencialidades, por outro. Cuidar das nossas cidades, dos nossos núcleos urbanos, combater o seu definhamento é um outro aspeto decisivo.
A CDU perdeu em 2022 cerca de metade dos votos. Quais são as perspetivas para 10 de março?
Em 2022, com o medo da direita, muitos deram o voto ao PS e acordaram com a maioria absoluta, com os resultados que se conhecem. Imagine-se a eleição de um deputado da CDU.