As Minas da Panasqueira começaram a explorar há dois meses o Nível 4, o que significa o aprofundamento em mais cem metros para aproveitar os filões aí existentes e aumentar a produção.
As sondagens em curso pela Beralt Tin and Wolfram permitiram comprovar a existência de meio milhão de volfrâmio nessas zonas, uma quantidade insuficiente para justificar investimentos avultados, mas a empresa tem em curso candidaturas a fundos comunitários para fazer mais prospeção e, caso se confirme haver “pelo menos cinco milhões de toneladas”, será concretizado um investimento total de 50 milhões de euros na criação de condições para explorar essas fontes.
A informação foi adiantada pelo administrador, António Corrêa de Sá, segundo o qual estão previstos cerca de dois milhões de euros para as sondagens e o restante para a construção de rampas, poços e outras estruturas necessárias para fazer a exploração.
De acordo com Corrêa de Sá, caso se comprove existir a quantidade suficiente de minério, o que se deve saber até setembro, e se os apoios comunitários estiverem garantidos, a Beralt arranca para o projeto “no final do ano”.
O investimento está dependente da comprovação de reservas suficientes e do financiamento. Se avançar, isso “significa aumentar a vida da mina mais dez anos”, além dos 15 que o administrador frisa estarem agora assegurados, o que significa mais 25 anos de longevidade, de acordo com o administrador.
“Se for comprovado, permite aumentar a produção. Aumentando a produção, uma vez que grande parte dos nossos custos são fixos, significa baixar o custo de produção e, portanto, ser mais competitivo no mercado”, realça Corrêa de Sá.
O responsável está confiante na atribuição de fundos comunitários, por a União Europeia ter apontado o volfrâmio como uma das matérias-primas importantes e em que existe o interesse em produzir.
Com um tempo de vida curto da mina no horizonte, o administrador salienta que “não justifica estar a investir muito dinheiro”, daí a importância de “abrir novos níveis”, uma “perspetiva importante para a vida da mina”.
Embora o Nível 4 implique trabalhar a uma maior profundidade, Corrêa de Sá garante que isso não implica diferenças substanciais na forma de trabalhar nem mais riscos, por estas cem metros de profundidade em causa não alterarem “as condições geomecânicas”. “O método de exploração será exatamente igual”, sublinha o responsável da Beralt.
“A abertura do Nível 4 representa uma mudança estratégica no foco operacional, com o objetivo de otimizar a extração e, ao mesmo tempo, simplificar as operações de nível superior para aumentar a lucratividade”, frisou a Almonty, proprietária das minas da Panasqueira, na sua página institucional.
Segundo o grupo canadiano, “através da perfuração de exploração contínua, e da construção de galerias de exploração, a Almonty Industries está empenhada em maximizar a identificação de recursos e a eficiência da extração, assegurando a sustentabilidade a longo prazo”.
Após a ampliação, a Almonty prevê uma margem do indicador financeiro EBITDA “superior a 30%, refletindo a viabilidade financeira e a rentabilidade do projeto”.