Na primeira fase, em 18 jogos, 16 vitórias, um empate e apenas uma derrota. Um total de 49 pontos, 58 golos marcados e apenas oito sofridos. Uma performance que fez com que, na segunda fase do distrital de Castelo Branco, o Clube Desportivo de Alcains ser campeão fosse apenas uma questão de tempo. Conseguiu-o, na semana passada, num jogo antecipado da oitava jornada da segunda fase, em Penamacor, com uma vitória sobre o Idanhense (0-2). Antecipando assim uma festa que se poderia fazer também no próximo domingo, no Fundão.
A equipa liderada por Ricardo Costa, nesta segunda etapa da prova, soma três vitórias, um empate e 59 pontos, que lhe permitem “passear” até final, ou seja, até 28 de abril, data em que o distrital acaba. Um campeão “prematuro” que, contudo, não surpreende o treinador. “Com o início da pré-época, e com a forma que senti o grupo a ligar-se, pressentimos que poderíamos fazer uma época como fizemos” frisa Ricardo Costa, que lembra a estrutura do Alcains que, “com a competência certa” e um defeso “muito bem preparado” pode dar azo a um êxito destes.
Num campeonato em que emblemas como o Águias de Moradal e Pedrógão também eram apontados como potenciais vencedores, o Alcains cedo cavou uma diferença acentuada e fez com que este fosse, nos últimos anos, o distrital de Castelo Branco com menos história. “Os orçamentos e os valores individuais das equipas que foram à fase final eram muito parecidos. Começámos a preparar para todas as variantes. Conseguimos ser diferenciados pela forma competente e consistente como efetuamos todos os jogos e os adversários não o conseguiram. Foi isso que fez a diferença. Mas temos a noção que qualquer equipa nos poderia tirar pontos. Tenho a convicção que este foi o campeonato distrital com mais qualidade em que já participei, o que ainda mais eleva este título” garante Ricardo Costa, que como jogador foi ele, também, várias vezes campeão distrital ao serviço de diferentes emblemas.
Apesar de, “de ano para ano”, os orçamentos reduzirem “sempre”, o objetivo foi construir um plantel com “qualidade, seriedade e responsabilidade certa”, o que, diz Ricardo Costa, foi conseguido. Com atletas bem conhecidos, como Amessam, Darlan ou Kiko Viegas, numa mescla de valores que também incluiu jovens da formação, e o goleador do campeonato, Igor Costa (42 golos). “Este grupo está de parabéns, porque enfrentaram a época com uma disponibilidade total que lhes permitiu ser muito melhores que os adversários” afirma o técnico de 51 anos. Que faz assim história num clube em que o pai, Valter, foi treinador durante oito temporadas (intercaladas), nas quais até levou os “canarinhos” à antiga segunda divisão nacional.
“É um sentimento diferenciado. O meu pai tem um legado que é intocável e eu próprio tinha sido campeão nacional e distrital pelo Alcains como jogador. Só isso era o bastante para a minha responsabilidade ser acrescida. Por essa razão este título acaba por ter um sabor diferente dos que já alcancei na minha longa carreira” garante o treinador.
Embora ainda haja campeonato até final de abril, agora as “baterias” apontam para a Taça de Honra, onde o Alcains, que até foi eliminado nas grandes penalidades pelo Pedrógão (e posteriormente repescado), tem objetivos. “Temos uma semana para usufruir do que deu muito trabalho a conquistar. Depois, treinamos na ambição de continuarmos a ter a mesma responsabilidade que nos diferenciou” assegura o treinador do Alcains.
Que ainda nada sabe sobre a continuidade na próxima temporada. “É muito precoce estarmos a falar da próxima época. O mais importante é a forma como vamos acabar esta. Que sirva como catalisador para ser criada uma dinâmica que permita ao CD Alcains estar mais bem preparado para o campeonato nacional. Falamos de orçamentos pequenos para o contexto que o clube vai participar e tem que se combater de outras formas. Acabarmos bem esta época é a melhor forma de se preparar a próxima” garante Ricardo Costa.