Há interessados, com experiência na área, em investir no teleférico para a Torre, um projeto de 70 milhões de euros, assegurou o administrador da Turistrela, que desafiou outras entidades a juntarem-se à iniciativa, em que o presidente da Câmara da Covilhã afirmou todos estarem empenhados para que vingue.
A ideia é antiga e Artur Costa Pais anunciou segunda-feira, 13, na Assembleia Municipal da Covilhã, para a qual foi convidado a debater as acessibilidades à Serra da Estrela, que existe capacidade financeira para avançar com o projeto e a “solução está protocolada com parceiros que querem investir”.
“Estamos todos empenhados para que ele vingue”, disse o presidente, Vítor Pereira, que acrescentou ser preciso “diversificar, dar-lhe mais rigor, a todos os níveis”.
A diretora regional do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Fátima Reis, informou que o organismo não aprova ideias, mas sim projetos para análise, adiantou ter sido mostrada formalmente “concordância em termos conceptuais”, mas acrescentou que a intenção precisa ser amadurecida, mais detalhada e referir, por exemplo, “onde são as estruturas de apoio”.
Em resposta a críticas do administrador da empresa concessionária do turismo na Serra da Estrela, Fátima Reis vincou que o ICNF aprova o que lhe é apresentado “desde que sejam projetos credíveis e com alguma preocupação em termos ambientais”, além de ter alertado que o investimento teria de ser sujeito a uma avaliação de impacto ambiental.
O Plano de Mobilidade, que Artur Costa Pais transmitiu ter sido apresentado há um mês à Câmara da Covilhã, como tem vindo a ser mencionado ao longo dos anos, contempla dois traçados: um a partir da Nave de Santo António e outro a partir da Lagoa Comprida. Duas linhas aéreas que iriam “resolver o grande problema da Serra da Estrela”.
O empresário do Dominguizo considerou a ideia bem trabalhada, mas avisou que não vai dar “passos mais ambiciosos”, porque a elaboração de um projeto de arquitetura desta natureza pode ultrapassar um milhão de euros e considerou que “não deve ser liderado por uma única entidade”.
Artur Costa Pais apelou para que se crie uma Comissão de Acompanhamento, com o Governo e entidades como a Infraestruturas de Portugal, o ICNF, os municípios da Covilhã e Seia, e considerou que “com este projeto se resolve o problema ambiental e o problema da credibilidade dos acessos à Torre”.
“Juntem-se todos. Nós não queremos liderar nada. Eu quero é que se faça. Os grandes projetos na serra estão por acontecer”, sublinhou Artur Costa Pais, segundo o qual a maioria dos visitantes vai embora descontente, porque não tem estacionamento ou acesso à Torre e acrescentou que “não há destino” se quem se deslocar à montanha “não for bem tratado” e a expectativa dos turistas em subir ao ponto mais alto da montanha não for cumprido.
O administrador destacou não se tratar de um projeto da Turistrela, mas “da Serra da Estrela” e reforçou ter “soluções financeiras, o que é muito importante”. Segundo Artur Costa Pais, as pessoas interessadas em investir têm “provas dadas” e têm o maior teleférico da Península Ibérica, em Santander, Espanha, com uma extensão de cinco quilómetros.
Costa Pais acrescentou que há soluções que suportam ventos de 90 quilómetros por hora, embora tenha acrescentado que, com esses ventos, não se vai querer estar no topo da montanha e não vale a pena o teleférico funcionar.
A responsável do ICNF comentou que o projeto não está orçamentado e que não sabe qual é a base para se chegar ao valor de 70 milhões de euros.