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Fatura da água aumenta em média quatro euros em Manteigas

Novos tarifários de água entram em vigor no sábado, 1

A população do concelho de Manteigas, no próximo mês de junho, vai sentir, na sua fatura de água, aumentos. É que o executivo camarário aprovou, por maioria (abstenção dos vereadores do PSD e PSD) na reunião do passado dia 22 o novo tarifário de água, saneamento, resíduos urbanos e serviços urbanos que, segundo o presidente da autarquia, Flávio Massano, ditará aumentos, em média, de quatro euros.

“Desde 2009 que não se mexia no tarifário. Mas era algo que era preciso fazer. Sei que este aumento vai ter impacto nas famílias, se vai fazer sentir, mas Manteigas era dos concelhos mais deficitários do país no que diz respeito às regras determinadas pela entidade reguladora. Mas mesmo assim continuaremos a ser dos concelhos com preços mais baixos da região” garante o presidente da Câmara, que assume que os aumentos não eram algo que desejasse. “Não tínhamos outra alternativa, outra solução” assume, aludindo à lei que determina que os municípios devem, com a faturação, suportar 90 % dos custos da cobertura da rede. “Mesmo assim, andamos muito longe. Na água, só temos 54 %, no saneamento, 66% e nos resíduos, 34. Não há outra alternativa” vinca.

Flávio Massano, contudo, fazendo contas, realça que se o município não tivesse integrado a APAL- Águas Públicas em Altitude, que junta, nos serviços municipalizados, Manteigas aos municípios de Guarda, Celorico da Beira e Sabugal, os aumentos seriam bem maiores. “Com estes concelhos, acaba por haver uma diluição de custos. Em média, o aumento nas faturas será de quatro euros, para uso doméstico. Sem a APAL, seria de 15” assegura.

O autarca lamenta que nos últimos 15 anos não se tenha procedido à atualização de tarifas, regularmente. “Agora a subida seria mais inócua” assegura. Flávio Massano, no entanto, lembra que “nem tudo são más notícias” pois haverá um tarifário social que abrangerá cerca de 350 famílias com menos recursos.

No tarifário não doméstico (restaurantes, hotéis, serviços, empresas), o autarca afirma que os aumentos, em média, serão de 14 euros. “É duro, mas não havia escape” garante, assegurando que sem a entrada na APAL “seria de 55 euros”. Já no tarifário não doméstico social (IPSS), o aumento andará, em média, nos 5,32 euros. “Sem a APAL, seriam cerca de 39 euros” garante.

“Não fico feliz por ser o responsável pelos aumentos, mas não me arrependo de o fazer. Temos de mudar comportamentos” afirma, adiantando que a autarquia irá lançar uma campanha de sensibilização para a adoção de hábitos de consumo de água responsáveis. “Este assunto caiu em cima deste executivo e é ele que o está a assumir. Não tinha vontade nenhuma de fazer isto, mas havia uma necessidade total de o fazer” lembra.

Nuno Soares, vereador do PSD, afiança que a decisão não foi tomada “de ânimo leve” e lembra que o município “não cobre os custos que são de lei”. Apesar de concordar com o aumento, absteve-se na votação, “pois esta medida não está de acordo com o que propus ao eleitorado” durante as últimas autárquicas.

Também os vereadores do PS se abstiveram. Tomé Branco afirma que “não adianta o município andar a colocar flyers” apelando à poupança da água, pois “as pessoas sabem que têm que o fazer, porque senão a fatura não vai subir quatro euros, mas sim 10 ou 15”. O vereador apelou, contudo, a que a Câmara possa ajudar, por exemplo, a população a adquirir redutores de caudal da água e que aposte na reparação de roturas. Algo que Flávio Massano considera “interessante” e que já está pensado.

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