Regressar à II Liga “em dois anos” e reiniciar o processo de construção da Academia assim que tomar posse, em 2 de junho, são as grandes prioridades de Marco Pêba, eleito presidente do Sporting da Covilhã por uma margem muito folgada, que surpreendeu o próprio.
No concorrido ato eleitoral de sexta-feira, 24, a lista A teve mais 261 votos do que a equipa liderada por Paulo Rosa. Num universo de 991 votantes, 619 sócios quiseram a continuidade de Marco Pêba à frente do emblema serrano, enquanto 358 optaram pela lista concorrente.
“Foi um resultado expressivo, não estava à espera que fosse assim tanto”, admitiu o presidente dos “leões da serra”, que festejou com uma camisola com o nome nas costas do antigo presidente, José Mendes.
Para o resultado desnivelado, que surpreendeu Marco Pêba, o dirigente sublinhou que os sócios valorizaram quem aguentou o clube numa fase difícil.
“Os sócios confiaram o Sporting da Covilhã a esta equipa. Se calhar, gostaram do Novo Rumo Com a Mesma paixão e, se calhar, entenderam que nós durante sete meses estivemos a trabalhar num clube sem o nosso presidente e conseguimos chegar ao fim da época não como a gente queria, mas com estabilidade”, referiu o presidente eleito, ao NC.
Para regressar aos campeonatos profissionais, Marco Pêba conta com Francisco Chaló no comando na equipa, que terá como adjunto Pedro Taborda.
O antigo defesa Joel Vital será o vice-presidente para o futebol e Vítor Cunha mantêm as funções de diretor desportivo.
Depois de alcançar a fase de disputa da subida, na segunda fase da Liga 3 os serranos terminaram em último, sem vitórias em casa, e o presidente considera que o que falta para que a próxima temporada espelhe melhores resultados passa por ter melhores jogadores. Para já, Apenas Elijah tem vínculo.
“Para o ano precisamos ter melhores jogadores, para que a época corra melhor. O ‘mister’ e o Vítor Cunha já estão a trabalhar nisso”, frisou, na noite da vitória, o presidente eleito.
Para já, não existem condições para que possa ser criada uma equipa B, enquanto não houver pelo menos um relvado sintético e a Academia não começar a ser construída, um dossier que Marco Pêba pretende retomar com o município logo que tome posse, nos terrenos onde foi iniciada a terraplanagem, na Boidobra.
Marco Pêba, engenheiro civil, de 45 anos, ocupava a presidência do Sporting da Covilhã desde janeiro, quando foi cooptado entre os elementos da direção, após a morte de José Mendes, que liderava o clube há 19 anos e durante 16 épocas consecutivas militou na II Liga de futebol. Antes, o agora presidente eleito era tesoureiro do emblema serrano.
O presidente da mesa da assembleia-geral é Francisco Moreira e Carlos Mineiro preside ao conselho fiscal.
Paulo Rosa manifestou tristeza e surpresa pela derrota “bastante acentuada”, por estar “plenamente convicto” que o projeto apresentado pela sua equipa era sólido para que os sócios acreditassem nele.
“A ideia que tínhamos era que o Sporting da Covilhã estava a definhar, que não tinha organização, que precisava de mudança. Foi feita uma proposta de mudança e os sócios não quiseram. Temos de aceitar a decisão de quem vota”, disse Paulo Rosa.
O candidato derrotado espera que as promessas feitas pela lista vencedora sejam cumpridas e manifestou a sua disponibilidade para colaborar no que for necessário.
“O nosso querer, a nossa vontade é que o Sporting da Covilhã seja maior e cá estaremos, se for preciso, para ajudar a equipa eleita, porque é esse o nosso dever enquanto sócios”, vincou. “Somos todos sócios do Sporting da Covilhã, queremos o melhor para o clube e estamos disponíveis para colaborar naquilo que o clube entenda que é preciso colaborar”, acrescentou.
Paulo Rosa era vice-presidente dos serranos e demitiu-se em janeiro, dias antes da morte do então presidente, José Mendes.