Os violoncelistas covilhanenses Filipe Quaresma e Bruno Borralhinho estão a dinamizar um projeto que pretende capacitar no interior jovens músicos, sem terem de se deslocar aos grandes centros, e que culmina, nesta primeira fase, num concerto sábado, às 18:00, no Teatro Municipal da Covilhã, com o pianista António Rosado como convidado e onde são tocadas obras de Mozart e Schostakovich.
O Beyra Laboratório Artístico, que no ano passado decorreu no Fundão, tem este ano duas residências artísticas previstas para a Covilhã, a primeira teve início na terça-feira e termina sábado.
Durante os cinco dias os 17 músicos selecionados em audições no Porto, Lisboa e Covilhã em 2023 para integrarem o Ensemble Orquestral da Beira Interior (EOBI), entre os 18 e os 27 anos, vão ensaiar para o espetáculo, dirigido por Bruno Borralhinho.
Mas o programa destina-se a um público mais alargado. Estão previstos ensaios abertos a alunos das escolas da região, ensaios e concertos comentados e também mentorias com músicos de renome, que vão conversar com músicos e o público em geral sobre “o que é isto de ser artista”.
O centro de operações é a Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI) e Filipe Quaresma é o diretor artístico do projeto.
“A nossa ideia foi criar uma plataforma que pudesse permitir a jovens músicos emergentes, jovens talentosos portugueses, em início de carreira, ter um espaço onde desenvolver a sua atividade com o maior rigor e qualidade artística possível”, explicou Vanessa Pires, outra das responsáveis do Beyra.
A violoncelista acrescentou que também se pretendeu fazer o “movimento migratório contrário” ao habitual, especialmente nos executantes de música clássica, que têm de se deslocar para os grandes centros urbanos para prosseguirem uma carreira.
Para novembro, entre os dias 14 e 19, está prevista a segunda residência artística na Covilhã, altura em que é estreada uma obra original encomendada pela Artway ao compositor Luís Tinoco.
Em janeiro vão ser feitas novas audições para alargar o Ensemble Orquestral da Beira Interior a mais músicos, que se vão juntar aos 17 atuais. Outro dos objetivos, segundo Vanessa Pires, é aumentar de duas para quatro o número de residências artísticas anuais, se a candidatura que vai ser submetida à Direção-Geral das Artes contemplar verba que o permita.