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Pessoas ou carros: o dilema da Ruaº1 de Maio

Lugares ocupados por esplanadas questionados. Autarca de Manteigas explica que é preciso sensibilizar as pessoas a terem uma rua sobretudo pedonal e de convívio. Oposição pede alternativas

A ocupação de grande parte da Rua 1º de Maio, talvez a principal artéria da malha urbana de Manteigas, por diversas esplanadas, não está a reunir consenso entre a população, havendo quem se queixe da falta de lugares de estacionamento, que foram ocupados por essas esplanadas.

O tema foi objeto de análise na última reunião do executivo manteiguenses, na passada quarta-feira, 19, com Flávio Massano a assumir politicamente a decisão, mesmo que isso leve a alguma contestação popular. “O espaço comunitário tem que ser ocupado por pessoas, e não por meia dúzia de carros” frisa o autarca.

Ângela Muxana, vereadora do PS, disse nada ter contra a instalação de esplanadas naquela rua, mas que “é preciso criar alternativas de estacionamento no local”, pois diz que a instalação de esplanadas “coincide com a época de maior dificuldade em estacionar na vila”. Muxana pediu ainda que a autarquia defina “regras claras” quanto à utilização de diversos materiais para montagem das esplanadas, de modo a haver “uma imagem uniforme”.

Flávio Massano lembrou que existe um projeto de requalificação daquela zona, que contemplará, no futuro, estacionamento subterrâneo para 56 viaturas, mas defende que aquela artéria deve ser essencialmente para peões. “É preciso sensibilizar as pessoas para isso. É claro que não vamos cortar o trânsito ali, pois esta é uma rua de ligação às estradas 332 e 338, mas o que digo é que a obra que esperamos ver no terreno daqui a poucos meses obriga a uma mudança de mentalidades. É preciso fazer ver as pessoas que podem vir aqui sem trazer o carro” salienta.

A oposição questionou ainda se, o jantar comunitário solidário, realizado há semanas, no âmbito do Lãnd- Wool Innovation Week, que fechou a rua durante umas horas, foi um teste ao futuro, uma ideia recusada pelo autarca. “Havia comerciantes que nos pediam espaço de venda ao ar livre. Assim fizemos. As esplanadas são para sair após o verão, uma época do ano em que há mais condições para as pessoas andarem a pé. É uma questão de hábito. Não quer dizer que estejamos 100 por cento certos, mas às vezes é difícil as pessoas mudarem os seus hábitos” frisa. Quanto às regras de montagem das esplanadas, Flávio Massano disse que existem, bem definidas, e que a maioria cumpriu. “Há uma que não cumpre e que já foi notificada” garante, lembrando que “não queremos incomodar ninguém, mas nem sempre é fácil conciliar vontades”.

Tomé Branco, vereador do PS, admite que existam outras localidades a “devolver” as ruas centrais às pessoas, mas “que têm certas soluções, como transportes públicos, que Manteigas não tem”.

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