Gonçalo Tavares
Uma iniciativa que “peca por ser só a um sábado”. Ironizou assim, no passado sábado de manhã, 27, Eduardo Cavaco na sua visita à promoção de pêssegos que decorreu no Mercado Municipal da Covilhã. “Eu acho que durante a época do pêssego todos os sábados deveria haver aqui esta promoção do pêssego e isso iria ajudar não só os produtores, mas também dar a conhecer o que o nosso pêssego tem. Porque o nosso pêssego é especial e é o melhor”, explicou Eduardo Cavaco.
Daniel Almeida, um dos produtores presentes na promoção, diz que o evento estava a “correr bem”, mas lamenta não haver muita “afluência de pessoas” à iniciativa. Paralelamente reconhece que o “calor” e a “Feira de São Tiago” podem ter sido fatores que contribuíram para afastar gente, o que também foi reconhecido por Margarida Prata, vendedora, que também ressalvou a “Volta a Portugal” como outro fator.
Margarida Prata disse que a produção deste ano “correu bem”, mas aponta que ocorreram, em Aldeia do Souto, “trovoadas” que deram “grande quebra” na produção dos vizinhos.
José Rodrigues, também produtor desta fruta, reforça essa ideia e acrescenta que teve de dar “muitos tratamentos para combater” as “lepras”, que também são um problema que têm afetado a produção.
Em contrapartida, Daniel Almeida constata que foi um “ano muito atípico”. Enquanto as variedades de pêssegos “que estão a ser colhidas agora” não têm queda na produção, as “primeiras e próximas” variedades sofreram uma “quebra ainda bastante grande”.
“Deveria haver mais” estes eventos, explicou José Rodrigues, produtor de pêssegos, “para chamar o publico aos mercados tradicionais, porque o pessoal só está habituado nas grandes superfícies e acaba por se perder estes mercaditos”, explicou.
Segundo a vereadora com o pelouro da Cultura na Câmara da Covilhã, Regina Gouveia, “o mercado pretende promover e valorizar o pêssego como produto endógeno relevante no nosso território, mas com este pretexto trazemos tradições ligadas obviamente à cultura mais popular e sobretudo dinamizamos o nosso mercado municipal, que é tão histórico e faz parte da identidade de muitos covilhanenses”.