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Projeto-piloto vai testar soluções de mobilidade na região

Parceria envolve a Covilhã, o Fundão, Castelo Branco, Belmonte e Guarda

Juntar numa mesma rede todos os transportes dos concelhos da Covilhã, Fundão, Belmonte, Castelo Branco e Guarda e testar o Projeto-Piloto de Mobilidade Integrada da Beira Interior é o que vai ser feito nos cinco municípios, para tentar encontrar soluções que melhorem a mobilidade em zonas de baixa densidade, onde os transportes nem sempre são suficientes nem com horários ajustados às necessidades.

O projeto, em parceria com a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), estava previsto ser apresentado dia 18, durante a Conferência “Mobilidade integrada – eixo da Beira Interior”, na Guarda, adiada devido aos incêndios que assolaram o Centro e Norte do país.

Segundo a presidente da AMT, Ana Paula Vitorino, a escolha dos cinco municípios é motivada porque constituem “uma bacia de mobilidade”, com “relações muito fortes entre si”.  “São todos unidos pela Linha da Beira Baixa e todos têm relações muito fortes entre si, quer em termos das relações casa-trabalho, casa-escola. São movimentações pendulares, mas não só”, realçou a responsável.

“Pretendemos fazer um projeto de mobilidade integrada em que se utilizam todos os transportes que estão disponíveis na zona, quer o transporte ferroviário, que serve menos gente, mas também o transporte rodoviário, os serviços de táxis, o serviço a pedido, o transporte flexível, a mobilidade suave e programar, planear uma rede de transportes multimodal, que inclua todas estas ofertas e que as pessoas possam de uma forma mais fácil utilizar”, adiantou Ana Paula Vitorino.

Está também planeada a criação de uma plataforma digital que permita ver toda a oferta de transportes na zona e onde as pessoas possam decidir que meios utilizar para chegar ao seu destino.

“O que estamos a fazer é pensar de forma mais alargada, para arranjar soluções. Integrar aquilo que existe, usar os meios que existem de forma coordenada”, referiu a presidente da AMT, sem excluir que se venha a perceber a necessidade de ter mais transportes.

Para já está a ser finalizado o levantamento dos recursos e no primeiro trimestre de 2025 Ana Paula Vitorino conta apresentar uma proposta de estudo de projeto, “ainda que não definitiva”, e tem a expetativa de “ter no terreno as primeiras soluções daqui a um ano”.

“Nós daqui a um ano entraremos em testes. Não quer dizer que não se consiga em alguma parte entrar antes, agora, no planeamento, começamos a funcionar, pelo menos em parte, daqui a um ano. Depois haverá um período em que o modelo vai ser testado. Se tudo correr bem iremos propor que seja alargado a outras zonas do interior de Portugal”, explicou a presidente da AMT.

Vitorino disse que, para já, não é possível saber quais os custos envolvidos e, nesta fase, não há qualquer pacote financeiro.  “Temos as câmaras que têm os seus projetos e no final temos de contabilizar os custos inerentes ao seu funcionamento e as verbas que hoje existem até poderão ser suficientes”, mencionou, acrescentando que vão ser estudadas “todas as possibilidades de financiamento”, desde as autarquias, Governo e fundos comunitários, além de verbas relacionadas com o aumento da atividade económica que possam ser canalizadas para a mobilidade.

A prioridade é que as pessoas possam ir trabalhar em transportes públicos, mas que possam ir também ao médico, às compras ou “às oportunidades de lazer que existem disponíveis nestes territórios”.

A responsável da AMT afirmou que existe um país “a duas velocidades”, que importa tornar “mais homogéneo e mais inclusivo”.  “Temos um problema de exclusão social, que faz com que no interior do país tenhamos maiores taxas de utilização de transporte individual, por ausência de opções de transporte público, com a agravante de deixar de lado” quem, por motivos financeiros, de saúde ou outros, não se consegue deslocar, o que configura uma “dupla injustiça”.

Ana Paula Vitorino comentou que, se forem necessários mais transportes, e não for apenas uma questão de integração, “existem os passes que o Governo tem anunciado e que são válidos para todo o território”, sublinhando que uma das regras que tem de ser aplicada é a universalidade das medidas de que as zonas de maior densidade populacional beneficiam.

O presidente da AMT aludiu aos passes de 120 euros pagos em freguesias na Covilhã, no distrito de Castelo Branco, para frisar que “não é admissível” praticar esses valores, quando na zona de Lisboa as pessoas podem deslocar-se entre Setúbal e Mafra com passes mensais de 40 euros.

O serviço pendular ferroviário, que chegou a ser anunciado entre a Covilhã e o Fundão no primeiro trimestre de 2024, em automotoras que circulem nos intervalos dos comboios, é uma das soluções também previstas no projeto.

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