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Inaugurada central com 190 mil painéis fotovoltaicos

Investimento em área de 192 hectares, no Fundão, representa investimento de 90 milhões da espanhola Dos Grados

A Central Solar Fotovoltaica do Fundão, entre Alcaria, Pêro Viseu e Valverde, foi inaugurada dia 25 de setembro. É o primeiro investimento do género da empresa espanhola Dos Grados, no valor de 90 milhões de euros, numa área de 192 hectares, com 190 mil painéis. Agora em funcionamento, a Central criou dez postos de trabalho para a manutenção do espaço.

O presidente da Dos Grados, Luis Palacios, disse que o empreendimento permite gerar energia renovável equivalente ao consumo anual de 61 mil casas e empresas, evita a emissão anual de 826 mil toneladas de dióxido de carbono e anunciou que a empresa vai apostar “na hibridação” e está a equacionar alargar o investimento à energia eólica e ao armazenamento.

Para uma fase posterior, está a ser estudada a possibilidade de avançar para soluções relacionadas com o consumo eletrointensivo, como plantas eletrolisadoras ou centros de dados, “para combinar o consumo eletrointensivo com a parte da geração renovável”.

O responsável garantiu que os benefícios de uma “fonte de energia limpa” superam os impactos negativos e anunciou que, além de ter sido criada uma Comissão de Acompanhamento, que integra as juntas de freguesia, estão previstos apoios às localidades à volta, a recuperação de património, como a Ponte dos Moinhos, entre Valverde e Pêro Viseu, e foram assinados com o município dois acordos com vista à “mitigação de impactos”.

Um dos memorandos contempla a obrigatoriedade de atividades agrícolas, silvícolas e pastoris nos terrenos, por exemplo com a exploração de raças autóctones que façam o pastoreio na área da Central Solar e a replantação da zona.

Outro trata-se de um projeto-piloto para a criação de um novo modelo de comunidades energéticas que permita que, dentro “de seis a sete meses”, a população residente à volta da Central Solar Fotovoltaica possa beneficiar de “energia a um preço mais sustentável”, fazendo com que as sobras de produção possam ser vendidas a quem mora num raio de quatro quilómetros à volta e o cidadão “possa ter acesso a essa energia muitas vezes a metade do preço”, salientou o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes.

Além de Alcaria, Pêro Viseu e Valverde, está previsto serem abrangidas também a Fatela e parte da Zona Industrial do Fundão, que se encontram nesse raio da central fotovoltaica.

Confrontado com o impacto paisagístico do investimento, Paulo Fernandes realçou que todos os terrenos em causa eram privados, que o projeto “passou no crivo do impacto ambiental” e frisou que o município impôs “uma linha vermelha”: que nenhum painel estivesse em área hidroagrícola da Cova da Beira, onde estão os solos “de primeiro nível de produção agrícola”.

Presente na cerimónia, a secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, os benefícios na partilha de energia junto das comunidades locais podem ser um mecanismo para compensar “os sacrifícios” da transição energética.

A governante destacou a importância das energias renováveis para a descarbonização do país, referiu que essas fontes de energia representavam no ano passado 35% do consumo e que se pretende alcançar em 2030 os 51%, “um grande caminho a percorrer”.

Questionada sobre o impacto visual das centrais fotovoltaicas, Maria João Pereira acentuou a necessidade de aumentar a produção de energias renováveis, disse que esse efeito pode ser atenuado e que, “se calhar, podem fazê-los um pouco menos densos”.

 

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