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Design, criatividade e sustentabilidade em foco

Trienal Internacional de Design da Covilhã, com um orçamento de 300 mil euros, contempla um conjunto de atividades durante três meses espalhadas pela cidade, com o Pavilhão da Anil como polo central

Com o tema “Paisagem têxtil”, a primeira Trienal Internacional de Design da Covilhã realiza-se entre 21 de março e 21 de junho de 2025 e pretende celebrar o potencial do design e a criatividade do território, mas também trazer à Covilhã exemplos de outras partes do mundo que têm como premissa a sustentabilidade.

Em cerca de dez espaços expositivos da Covilhã, numa estratégia de disseminação, mas com especial incidência no Pavilhão da Anil, estão previstas várias atividades, desde exposições a conferências, residências artísticas a laboratórios, de visitas guiadas à região a intervenções urbanas e à criação de um mapeamento de projetos na região em que o design cria valor.

O programa, com um orçamento de 300 mil euros, foi apresentado dia 12 no Teatro Municipal da Covilhã e a abertura está prevista para março, a que se segue, em abril, uma conferência internacional, em maio o Festival do Design e em junho o encerramento, com a transição para o Wool Festival.

O diretor executivo da Trienal, Ricardo Gil, destacou a “relação intrínseca entre as indústrias da Covilhã e a matéria-prima envolvente” e acentuou que o intuito é “reinterpretar estas relações de uma forma contemporânea”, além de “promover o design como ferramenta de desenvolvimento do território”.

A Trienal, com um programa que o diretor executivo definiu como “ambicioso e multifacetado”, tem como artista convidada a designer e performer alemã Vivien Tauchmann, que fará uma residência criativa em maio.

“Acreditamos que o design é uma ferramenta muito operativa para criar dinâmicas que valorizem o território e queremos promover uma cultura profunda de design na cidade e na região, de forma consistente”, acentuou Ricardo Gil, durante a apresentação do evento.

Segundo o responsável, a Trienal tem três vetores de atuação: internacional, trazendo bons exemplos com que se possa aprender e “projetos que ativem a sociedade”; a dimensão de atuação sobre o território e sobre a comunidade.

A vereadora com o pelouro da Cultura na Câmara da Covilhã, Regina Gouveia, acentuou que a primeira Trienal Internacional de Design da Covilhã é maior evento do plano de ação da Covilhã Cidade Criativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) na área do design, estatuto atribuído em 2021.

De acordo com a autarca, o impacto já está a ser sentido junto de vários parceiros locais no trabalho que antecede a Trienal e manifestou o desejo de que venha a ter alcance internacional.

“A Trienal é um evento da Covilhã, da região, mas quer ser um evento com projeção nacional e internacional”, acentuou Regina Gouveia.

A curadora, Vera Sacchetti, que desempenha a função com Frederico Duarte, afirmou que “a Trienal vai ser acessível, vai ter entrada livre” e está a trabalhar no território “com uma equipa grande, larga, extensa”.

A programação contempla a exposição internacional “Aqui, agora: caminhos biorregionais e práticas situadas”, que terá “cerca de 15 casos de estudos”, projetos com os quais se possa aprender, “propõem futuros mais sustentáveis” e maneiras de reequacionar processos. “O design não são coisas, mas maneiras de fazer”, sublinhou.

A mostra “The World Wide Things Collection 2.0” tem o propósito de as cidades criativas do design espalhadas pelo mundo apresentarem abordagens identitárias de cada uma delas. “Queremos que seja uma abordagem mais sustentável nos recursos”, vincou Ricardo Gil.

Estão também previstas três exposições focadas no território da Beira Interior através do design e várias residências artísticas, uma delas em que três empresas locais na área dos lanifícios, J. Gomes, A Transformadora e a Burel Factory, convidam designers a desenvolverem novos projetos.

Outra tem a parceria do Museu dos Lanifícios e foca-se na relação da Covilhã com o design, dando ênfase ao debuxo, cor e tingimento. “Pretende-se partir da história têxtil, mas fazer a ponte com tecidos contemporâneos”, pormenorizou a curadora.

Ricardo Gil frisou que se vai procurar formar, para que os bons exemplos na região “se multipliquem e eles próprios sejam motivo de interesse turístico”.

A Trienal quer partir do património industrial do concelho, do conceito de cidade-fábrica e das caraterísticas do território, mas alavancando outras vertentes através do design.

Os designers e artesãos locais também estarão envolvidos nas atividades, com o intuito de reconhecer o trabalho feito e divulgá-lo a uma escala maior.

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