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Concurso Internacional de música em Junho na Covilhã

Violoncelista covilhanense Bruno Borralhinho é o diretor artístico do evento que pretende retomar na cidade competições de música de prestígio e projetar o talento de jovens músicos

O maestro e violoncelista covilhanense Bruno Borralhinho venceu há 25 anos o Concurso de Instrumentos de Arco Júlio Cardona, quando os holofotes começaram a ficar mais virados para si, partilhou o músico. Agora, é o diretor artístico da primeira edição do Concurso Internacional de Música Júlio Cardona, que se realiza entre 25 e 28 de junho de 2025, para executantes entre os 18 e os 30 anos de piano, violino e flauta.

O evento promovido pela Câmara da Covilhã visa recuperar o papel da cidade enquanto anfitriã de concursos como o de piano, nos anos 70, ou o de cordas, que começou em 1997 e teve a última edição em 2015.

“O novo Concurso Internacional de Música Júlio Cardona pretende dar seguimento a uma certa tradição da Covilhã em ter concursos internacionais de prestígio”, acentuou Borralhinho, segundo o qual a nova competição é uma “mistura entre o continuar e renovar” as anteriores iniciativas.

Bruno Borralhinho antecipou que o público pode esperar uma “oferta artística com uma qualidade muito alta, muito variada e instrumentos muito diferentes”.

Regina Gouveia, vereadora com o pelouro da Cultura, durante a apresentação do evento, dia 14, no Salão Nobre dos paços do Concelho, destacou a preocupação em projetar o talento de jovens músicos.

“Pretendemos com este concurso a valorização e a promoção de jovens músicos e expandir a memória e o legado de Júlio Cardona, um dos mais prestigiados violinistas portugueses do século XX”, frisou a vereadora.

Bruno Borralhinho, diretor artístico do Ensemble Mediterrain e membro da Orquestra Filarmónica de Dresden, este vai ser um evento “com muito critério, com muita qualidade”, com as apresentações, no Teatro Municipal da Covilhã, abertas ao público em geral.

“Traz muito prestígio à cidade e é a possibilidade também de trazer músicos de grande qualidade à cidade, haver uma ligação com a Covilhã”, acrescentou Borralhinho, que é presidente do júri.

À semelhança do que acontecia no passado, o responsável espera que a nova competição de música venha a ter a procura das anteriores, com músicos provenientes de dezenas de países, mas vincou que “o mais importante não são os números, mas a própria qualidade dos concorrentes”.

Para março está prevista uma pré-seleção por vídeo, de onde sairão os oito escolhidos em cada instrumento para a final, com os violinistas a apresentarem-se em 25 de junho, os flautistas no dia seguinte e os pianistas dia 27. Os três primeiros classificados em cada categoria podem ser ouvidos dia 28.

O regulamento contempla a execução de uma obra obrigatória de compositores vivos contemporâneos “de grande exigência e complexidade”, para valorizar o trabalho destes autores.

Para violino foi selecionada uma peça de António Chagas Barbosa, para flauta de Alexandre Delgado e para piano de João Pedro Oliveira.

Cada instrumento terá dois jurados, além de Bruno Borralhinho, e o júri integra dois outros vencedores de concursos internacionais realizados no passado na Covilhã.

De acordo com Bruno Borralhinho, o concurso prevê atividades paralelas com foco em duas personalidades: o violinista Júlio Cardona e o maestro Manuel Campos Costa.

O orçamento, de 20 mil euros, é “modesto, muito baixo para este tipo de concursos” e os prémios monetários não foram ainda anunciados, mas o diretor artístico adianta que há outras gratificações.

Os vencedores na execução da obra obrigatória recebem um vale da Ava para a compra de obras do catálogo da editora portuguesa de música erudita.

Os premiados em cada instrumento vão ter a oportunidade de serem solistas em três orquestras profissionais: a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra do Algarve e a Orquestra das Beiras.

Bruno Borralhinho antecipou que o público pode esperar uma “oferta artística com uma qualidade muito alta, muito variada e instrumentos muito diferentes”.

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