Depois de os dois primeiros concursos terem ficado desertos, a Câmara da Covilhã aprovou, na última reunião pública do executivo, dia 15, o lançamento de novo procedimento, no valor de 810 mil euros, uma verba superior aos anteriores, para a adaptação do edifício onde vai funcionar a futura Unidade de Saúde Familiar (USF) Estrela.
O presidente da autarquia, Vítor Pereira, disse que o município não manda no mercado e a apresentação de propostas é uma variável que não controla, por haver muita oferta e os preços aumentaram. “É difícil contratar pelos preços justos e equilibrados. Os preços dispararam e temos de acompanhar os tempos”, referiu o edil.
A oposição votou favoravelmente a abertura do terceiro concurso público, por entender que é urgente melhorar as condições de trabalho dos profissionais e a prestação de serviços de saúde aos utentes, reforçando, novamente, que os eleitos da coligação CDS/PSD/IL não concordam com a solução encontrada para instalar a USF Estrela, por considerarem ser uma má localização.
Os eleitos da oposição consideram que o valor investido poderia ser utilizado para fazer uma construção de raiz, num terreno municipal, em vez de um imóvel onde a autarquia está a pagar quatro mil euros mensais de renda, num local adequado e construindo um edifício adaptado às necessidades.
A unidade vai ficar instalada nas antigas instalações dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), onde também funcionou o Acondicionamento Têxtil, no edifício em frente à cadeia.
O primeiro concurso foi lançado em janeiro por 600 mil euros, mas não surgiram interessados. O mesmo aconteceu com o procedimento de julho, no valor de 657 mil euros, mais IVA.
A intervenção prevê demolições interiores, redimensionamento de espaços e a adaptação e modernização de parte do imóvel, para que possa acolher a USF da Estrela.
A criação da USF Estrela foi anunciada em junho de 2020, para dar resposta aos utentes da União de Freguesias da Covilhã e Canhoso. A unidade de saúde, criada para servir cerca de 12 mil utentes, vai funcionar no segundo andar do edifício, servido por um elevador.
Em junho de 2021 o município acordou com a Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL), proprietária do edifício, o arrendamento do imóvel por 25 anos, a partir daquela altura, mediante o pagamento mensal de 4.024 mil euros pelo espaço de dois mil metros quadrados.
Em março de 2023, quando foi aprovado o projeto, o presidente do município adiantou que a intervenção será financiada no âmbito de uma candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), já aprovada.