“Sou um homem de uma só palavra”. Foi assim que ontem, na segunda-feira, 2, o presidente da direção do Sporting da Covilhã, Marco Pêba, confirmou ao NC o que anunciara no final da tarde de sábado, nas Caldas da Rainha, onde a equipa serrana saiu com uma vitória: que iria fazer o pedido de demissão do cargo ao presidente da assembleia geral do clube, Francisco Moreira.
“Já fiz o pedido e ainda irei reunir com ele. Resta saber se aceita ou não. Tinha que o fazer. O responsável sou eu” frisa Marco Pêba, na sequência do castigo aplicado ao Sporting da Covilhã, de um jogo à porta fechada, na sequência do não cumprimento de um castigo federativo por parte do atleta Lucas Duarte, que terá sido utilizado irregularmente no último jogo da Taça de Portugal, frente ao Rebordosa, de má memória para os serranos. Até ao momento não foi possível apurar se o pedido de renúncia ao cargo foi ou não aceite por Francisco Moreira, mas era objeto de análise esta terça-feira.
Nas Caldas, Pêba disse que a notificação da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) acabou por apanhar o clube de surpresa, pois no jogo em que alegadamente Lucas Duarte prevaricou (frente ao Moncarapachense, também na Taça de Portugal), ninguém se apercebeu que o avançado brasileiro terá exibido uma camisola com uma frase com palavras, supostamente, impróprias. “Nós não vimos, não demos conta. O jogador não foi expulso. A responsabilidade é da direção e minha. E é por isso, por ser enxovalhado, que vou apresentar a minha demissão. As pessoas que falam mal desta direção. Que venham e façam melhor” disse no sábado o presidente do Sporting da Covilhã.
No jogo frente aos algarvios, que o Covilhã ganhou, Lucas Duarte terá levantado a camisola ao festejar o golo da vitória, exibindo a tal frase “proibida”. Não foi expulso, mas o Conselho de Disciplina da FPF, após visionar as imagens, abriu um processo disciplinar, castigando o atleta com um jogo de suspensão e 102 euros de multa, e ainda 510 euros, por comportamento incorrecto dos adeptos serranos. Supostamente, Lucas Duarte deveria ter cumprido castigo no jogo seguinte da Taça, frente ao Rebordosa, mas tal não aconteceu.
O clube covilhanense, assumindo o erro, alegou que o acto foi involuntário, pois o jogador não fora expulso, com o Conselho de Disciplina da FPF- Secção não profissional, a substituir a pena de derrota pela de castigo com um jogo à porta fechada e multa de 765 euros. Este é o segundo caso do género no Covilhã, em pouco tempo, já que no final da época passada também outro atleta tinha sido utilizado irregularmente num jogo.
Marco Pêba assume a responsabilidade, diz ao NC que ainda não sabe se o castigo é já aplicado no próximo domingo, 8, na receção ao 1º de Dezembro, mas confessa desilusão com a atitude de certos adeptos. “As pessoas fazem críticas, mas têm que ser justas. Muitas delas falam, mas nem sócias são. Não ajudam o clube em nada. E nós precisamos muito de ajuda, em especial, financeira. Promovemos excursões e nem conseguimos fazê-las, as pessoas não vão, porque têm que pagar 20 euros. Se pudéssemos, mas não podemos, fazíamos de borla para todos irem. Mas não é possível. Somos um clube do Interior, mas temos os ordenados em dia” assegura Marco Pêba, que lamenta a falta de apoio de alguns covilhanenses. “Sei que há muitas pessoas que querem o meu lugar. Mas se estou cá, é porque as pessoas votaram em mim e acreditaram no que nós queríamos fazer” salienta.