A recolha de resíduos têxteis, obrigatória desde 1 de janeiro deste ano, já evitou no concelho da Covilhã a deposição de 800 toneladas deste tipo de lixo em aterro e até novembro o município tinha capturado 532 toneladas, informou o presidente da autarquia, Vítor Pereira, na Assembleia Municipal, realizada em 18 de dezembro.

Os municípios estão obrigados à recolha seletiva de têxteis, resíduos perigosos e mobiliário desde 1 de janeiro, numa altura em que Portugal continua longe das metas europeias e a depositar grande parte do lixo urbano em aterros.

A Câmara da Covilhã afirmou que não encara a tarefa como uma obrigatoriedade, mas “como uma prioridade” e garantiu que “a recolha de resíduos têxteis está amplamente implementada em todo o concelho”.

Na que é conhecido como a antiga Manchester portuguesa, onde os lanifícios continuam a ter preponderância na economia local, a recolha seletiva é feita através da combinação da empresa municipal Águas da Covilhã com a gestora do sistema multimunicipal Resiestrela e o apoio de operadores especializados no tratamento e valorização destes desperdícios, através da celebração de acordos pontuais, explicou a autarquia.

Em parceria com as juntas de freguesia, a Câmara da Covilhã informou que está a implementar, através da empresa municipal com essa competência, uma rede de pontos de recolha para pequenas quantidades de resíduos perigosos, entre os quais os provenientes de construção e demolição.

Desde 1 de janeiro de 2024 que a recolha seletiva dos biorresíduos em lares residenciais é também obrigatória.

No concelho da Covilhã a recolha de biorresíduos encontra-se “ainda na fase piloto e abrange cerca de 18% da população”, com o objetivo de alargar a rede a todo o território até ao final de 2030, referiu o município.

A “deposição inadequada dos resíduos nos contentores” é apontada como um dos principais fatores que contribui para a ineficiência dos métodos de recolha, aspeto para o qual é necessária consciencialização da população, referiu a autarquia.