Foram 41 anos a liderar a instituição. José Luís Brito Rocha deixou de ser o presidente da direção do Lar de São José, sendo substituído no cargo por Joaquim Pereira, ex-docente de história, eleito no passado dia 27 de dezembro, e que tomou posse na passada sexta-feira, 10.
“Também foi um pouco isso que me levou a avançar. A instituição tem 125 anos, 41 dos quais liderados por Brito Rocha. Acompanhei um pouco o que foram os últimos anos deste mandato, já que eu fazia parte do conselho fiscal, e acompanhei um pouco o que foi o papel desta direção. A pedido de Brito Rocha, que me disse que era a altura de deixar, pois as condições físicas já não eram as ideais, aceitei o convite” frisa ao NC o novo presidente da direção do lar, que considera um “desafio tremendo substituir uma pessoa que deixou obra, que fez o que fez, que herdou uma instituição conhecida como o albergue dos inválidos do trabalho, dos pobres, e hoje deixa um Lar de São José, com todas estas características.”
O novo presidente lembra que o lar tem mais de uma centena de utentes e emprega quase oito dezenas de pessoas, e por isso “é uma obra que nos vai exigir muito. Mas com esta direção que conseguimos arranjar, estamos eivados da necessidade de fazer mais e melhor” garante. A prioridade, segundo Joaquim Pereira, é “continuar a obra”, respeitando utentes e funcionários, e não deixar que a instituição volte atrás. “O Lar de São José tem que o continuar a ser, não pode voltar a ser o albergue dos inválidos do trabalho. Somos uma IPSS reconhecida, com direitos e deveres, e vamos fazer o melhor possível para continuarmos esta obra, durante quatro anos. Tentar fazer mais, o que formos capazes. Já todos estivemos ligados a instituições da Covilhã, e conhecem-nos por isso. Por isso, também esperam um pouco de nós”. O novo presidente garante que da direção, “ninguém ganha um tostão” e que as horas não serão contadas para trabalhar. “Não estamos cá para ganhar dinheiro, mas sim para servir a instituição” assegura.
Em termos físicos, Joaquim Pereira identifica dois anseios: dar realidade a um projeto para a criação de um terceiro bloco no lar e melhoria do atual edifício em termos de climatização. “Temos o projeto do terceiro bloco feito. É uma obra que já está candidatada ao PRR e tudo vamos fazer para isso. Gastámos quase 70 mil euros neste projeto e é necessário dar-lhe realidade. Também temos que instalar ar condicionado numa série de lugares, públicos, onde os utentes estão. Quando chegar o verão, temos que melhorar o clima da instituição. Será uma prioridade. Mas Roma e Pavia não se fizeram num só dia e é preciso saber gerir o dinheiro, definir prioridades” garante o novo líder.
Quanto ao anterior, Brito Rocha, transita agora para a presidência da assembleia. “Esta casa está feita. É continuá-la. Não é fácil, mas acredito que com a equipa que foi criada, irão conseguir. Tendo a noção que hoje em dia, é cada vez mais difícil sustentar uma casa como esta” frisa.
Para o presidente da assembleia geral cessante, Fontes Neves, a obra deixada por Brito Rocha, é de um enorme valor. “Fez um excelente trabalho, tanto na modernização do lar, como na contratação de funcionários para colaborarem com ele. Mas é tempo de dar lugar aos mais novos, é preciso renovar toda a estrutura diretiva. O novo presidente é uma pessoa de dedicação e amor à causa, que levará o barco a bom porto” salienta.
Joaquim Pereira terá como vice-presidente Victor Reis Silva, Rui Venâncio como secretário e João José Romano como tesoureiro. Integram a direção ainda Jorge Duarte, Jorge Patrão, João Silveira, Hugo Antunes, Arménio Matias e Rui Pereira.
Na assembleia geral, Brito Rocha lidera e tem como secretários José Joaquim Almeida e Jorge Pombo.
Rui Trindade está à frente do Conselho Fiscal, acompanhado de José Barata, João Marques, Patrícia Pereira, Manuel Gomes e João Paulo Abreu.