Está na hora. Este é o momento de pegarem em armas, e lutarem pelos vossos companheiros. Ide, ide, coloquem-se nas trincheiras do debate, e mostrem as vossas ideias. As armas, está bom de ver, são os argumentos que cada um tem para apresentar, como forma de demonstrar que deve ser o escolhido para liderar os destinos de uma comunidade. É verdade, estamos quase em Março, e este parece ser o mês escolhido para candidatos e seus camaradas jogarem todos os trunfos, com vista às eleições futuras. Reparem que não escrevo companheiros, amigos ou irmãos. Sim, camaradas, como forma de tratamento entre militantes da esquerda socialista, modelo ideológico que tem sida a matriz de governo da cidade nos últimos anos. É a eles e seus apoiantes que me dirijo nesta crónica. Eu social-democrata assumido. Dos verdadeiros. Olhando com visão periférica para o espectro político da região, e a não ser que saia de qualquer beco do centro histórico algo em forma de pessoa ou de projecto que nos surpreenda, como uma forte candidatura independente, a “coisa” parece feita para durar.
Na semana passada o Notícias da Covilhã publicou uma sondagem encomendada e paga por um candidato a candidato socialista, que terá tido o condão, tal a discrepância entre os números sugeridos e a realidade nua e crua, de demonstrar que a legítima tentativa de se colocar na corrida interna não passou de um tiro no pé.
É a minha convicção. Veremos. Vamos ao que interessa. Até pela exigência do momento delicado em que o mundo vive, com o sucessivo aparecimento de perigosos tolos, extremistas e egocêntricos lunáticos a quererem pela força do poder militar e do dinheiro chamar-nos propriedade sua, está na hora, sim está na hora, de colocarmos os nossos destinos nas mãos de pessoas sãs, genuínas, e que apresentem efectivas soluções para a melhoria de qualidade de vida das populações, que com elas saiba construir um modelo de cidade moderna, justa e inclusa. O poder, sobretudo o autárquico, tem sido ao longo destes 50 anos de democracia, assaltado por pagamentos de favores em troca de favores, por interesses pessoais, por carreiras de políticos profissionais, e por ambições desmedidas, que resultam bastas vezes, em lideranças fracas e legados insuficientes. Antes do camarada está o cidadão, para quem devemos canalizar todas as nossas energias. Mas não só, também o nosso conhecimento, e inteligência. E sobretudo, o saber comunicar como forma de participação activa no quotidiano. É aqui neste conjunto de qualidades que assenta uma liderança forte, garantindo um equilíbrio entre o pilar económico e o pilar social.
Deixemo-nos de “palmadinhas nas costas”, está na hora de mudarmos o foco para aquilo que nos trouxe aqui há 50 anos. Um país livre, democrático, justo, e obra da capacidade criadora de todos. E para tal, fundada em cidades como a Covilhã, francos modelos de desenvolvimento, onde as pessoas que as habitam possam dizer; “Ah, como é bom viver aqui! “Está na hora!