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Município transfere para este ano 16,5 milhões de euros

Oposição censura maioria por ter dinheiro e não ter feito obras, presidente menciona concursos desertos

O orçamento para este ano da Câmara da Covilhã foi reforçado com 16,5 milhões de euros (ME), depois de a Assembleia Municipal ter aprovado, na sessão de quarta-feira, 26, a incorporação do saldo de gerência do ano passado.

Enquanto a maioria socialista no órgão elogiou a gestão na autarquia covilhanense e o presidente do município, Vítor Pereira, justificou o dinheiro que sobrou do ano anterior com o inflacionamento no setor da construção e com os concursos públicos que ficaram desertos, a oposição lembrou que muitos dos investimentos não requerem a abertura de concursos, que vários problemas que podiam ter sido resolvidos ficaram por solucionar e acusam o PS de ter adiado as obras para o ano de eleições.

“Estamos a alterar o orçamento, agarrando no dinheiro que sobrou no ano anterior, para que as obras sejam adjudicadas por valores justos e equilibrados”, sublinhou Vítor Pereira, que garantiu não ter sido “por estar a pensar que é ano de eleições”, mas pelas dificuldades que existem no mercado e os concursos para obras ficarem “sistematicamente desertos”.

Hugo Lopes, do PSD, considerou “chocante” existir um saldo de gerência de 16,5 ME de dinheiro que não foi gasto nos anos anteriores. “Ninguém duvida que há concursos que ficam desertos, mas 16,5 ME que estamos a integrar é um quarto do orçamento da câmara. Em ano eleitoral, em fevereiro, para agora se tentar fazer a obra que não se fez no passado”, cesurou o eleito social-democrata.

Marco Gabriel, do PCP salientou que de 61 ME disponíveis em 2024, foram executados 73% e, desses, sobrou um saldo de 16,5 ME que podiam ter sido utilizados para melhorar a qualidade de vida dos covilhanenses e concretizar investimentos necessários e nem sempre avultados.

“Está mais do que à vista que deixámos muita coisa para cima do joelho. Ficou muita coisa para o fim e agora vai ser muito difícil concretizar tudo aquilo a que se comprometeu”, reforçou Marco Gabriel, de acordo o qual, desse valor, 4,6ME vão para despesa corrente e aquisição de bens e serviços, não para despesas e capital.

“O senhor tem um saldo negativo com os covilhanenses de 16,5ME. Os seus mandatos são um prejuízo em termos de obras e qualidade de vida dos covilhanenses. Existe dinheiro deitado pela janela”, considerou João Bernardo, do CDS.

Vítor Tomás Ferreira, do movimento Covilhã Tem Força, pediu a Vítor Pereira que “faça as obras”.

Segundo Luís Rodrigues, do PSD, a maioria no executivo “deixa tudo para os últimos seis meses de mandato” e faz uma leitura que as obras “não foram feitas por falta de dinheiro, mas por incapacidade e por gestão do período eleitoral”. “As obras, que não passam de promessas, vão ficar por fazer”, antevê.

“A Câmara Municipal tem recursos financeiros que não utilizou para resolver os problemas das pessoas. O dinheiro não se gastou”, censurou Vítor Reis Silva, que se afirma “revoltado perante este saldo” e os covilhanenses das freguesias rurais serem “discriminados” nos transportes em relação aos da grande Covilhã.

O socialista Pedro Bernardo frisou que o município está capacitado para fazer face a imprevistos, tem capacidade de resposta e criticou uma lógica de “gastar por gastar”, enaltecendo a “saúde do município estável e consolidada”.

Vítor Pereira vincou que a primeira alteração orçamental tem uma finalidade “virtuosa, não é para brincar com o dinheiro”. A proposta contou com 32 votos favoráveis e cinco abstenções, do PCP, CDS e Covilhã Tem Força.

O Centro de Cultura Contemporânea da Beira Interior, a construir no edifício amarelo comprado em frente à Igreja de Santa Maria, o Centro de Negócios e Serviços da Covilhã, a requalificação do Mercado Municipal, o apoio a IPSS, o arranjo de algumas estradas e do Parque da Goldra são algumas das obras anunciadas pelo presidente para 2025.

O órgão tinha aprovado em dezembro um orçamento de 64,1 milhões de euros para este ano na Câmara da Covilhã.

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