Cidade convertida em galeria durante três meses

Mostras da Trienal Internacional de Design podem ser vistas em 12 espaços

É “um marco na cidade”, uma forma de promover a Covilhã através das marcas não habituais e um fator diferente de atração de visitantes. Vasco Pinho, covilhanense, tem um estúdio de arquitetura e design de interiores e não perdeu a oportunidade de, na sexta-feira, 21, se deslocar ao Pavilhão da ANIL para assistir à abertura e à inauguração das três primeiras exposições da Trienal Internacional de Design da Covilhã.

“É um marco para a Covilhã. Já convidei amigos para virem cá verem o tanto que está espalhado pela Covilhã. É importante para nós, para também se mostrar que aqui se podem fazer coisas de muito valor. Termos patentes exposições destas na Covilhã é algo nunca visto”, comentou o visitante.

Até 21 de junho, são oito as exposições dispersas por 12 locais da cidade, várias atividades paralelas programadas e a ANIL transformada num centro de artes. A iniciativa, promovida pela Câmara da Covilhã e executada pela Ideias Emergentes, visa destacar o design no quotidiano de toda a gente, dar visibilidade à criatividade na cidade “de forma abrangente, interessante e diferenciadora”, centrada no “design bio regional”, que parte dos recursos do território para propor caminhos de desenvolvimento sustentável, salientou a vereadora com o pelouro da Cultura, Regina Gouveia.

Para a vereadora, a primeira edição da Trienal é um “ambicioso evento de visão, criatividade e compromisso com a cultura”, além de um veículo para fazer pontes entre o design, artes e artesanato”, valorizando e enriquecendo todos os saberes.

Numa tarde chuvosa e perante uma plateia lotada, Regina Gouveia vincou a importância de “sensibilizar os públicos para o desempenho do design na melhoria da sua qualidade de vida”, acentuou que “o impacto deste evento ultrapassa as fronteiras do concelho”, é uma forma de “operar transformações efetivas” e de “continuar a valorizar a Covilhã como ecossistema criativo”.

“Puseram a região centro no mapa na área do design”, elogiou a representante da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), Alexandra Rodrigues, segundo a qual a Trienal é um “encontro entre o passado e o futuro do design”. “Estão a abrir um espaço de reflexão sobre o papel do design na nossa vida”, destacou a vice-presidente da CCDR.

O diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues, sustentou que esta é uma forma de “celebrar o design como uma força transformadora”, enalteceu a capacidade de “converter a cidade numa galeria” e considerou o evento um “estimulante exemplo que a Covilhã dá ao país”. “A Covilhã está a dar um sinal ao país que a arte pode estar no centro do desenvolvimento das cidades”, reforçou.

Anabela Freitas, do Turismo do Centro, exaltou o “arrojo de trazer esta iniciativa para um local improvável, assim como a ligação com o território”, acentuou as receitas que ficam na Covilhã e considerou ser um evento “alinhado com a estratégia para o turismo”, ao encontro de novas tendências e de visitantes que procuram “experiências únicas”.

O responsável da Ideias Emergentes, Joaquim Pinheiro, destacou a Covilhã como um “território de cultura têxtil” e Helena Alves, vice-reitora da UBI, mencionou a importância da Trienal no desenvolvimento dos territórios, do turismo ou dos produtos locais, mas alertou que “estão criadas as condições para que possa dar mais frutos no futuro”, porque muitos dos protagonistas estão na região.

Regina Gouveia mencionou que o design na Covilhã, enquanto cidade-fábrica, é uma presença de há oito séculos, dando como exemplo o debuxo, mas que é também uma cidade com o foco na inovação.

Além da ANIL, o Mercado Municipal, o Museu de Lanifícios, a Galeria António Lopes, o Museu da Covilhã, o Teatro Municipal, a Biblioteca Municipal, a Universidade da Beira Interior (UBI), o Museu de Arte Sacra, a Biblioteca da UBI, o New Hand Lab, e A Transformadora são os restantes locais da cidade onde pode ser visto o trabalho de vários criadores.

A Trienal, principal evento do plano de ação da Covilhã como cidade do design da UNESCO, selo que detém desde 2021, a única em Portugal, tem um orçamento de 300 mil euros, segundo o diretor-executivo, Ricardo Gil Pereira.

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