“Diria que 90 % de mim diz que vou ser candidato novamente às eleições autárquicas, só falta oficializar”. Foi assim que, na semana passada, o presidente da Câmara de Manteigas, Flávio Massano, adiantou à Lusa que se vai recandidatar ao cargo nas próximas eleições autárquicas de setembro, embora ainda não saiba se o fará como independente, condição na qual conquistou a Câmara há quatro anos atrás.
Flávio Massano considera que seria “um desperdício de tempo” não voltar a avançar, depois de muito trabalho feito, com muitas vitórias, mas também algumas derrotas, entre as quais coloca o grande incêndio do verão de 2022, as enxurradas que se lhe seguiram e o fecho da estrada 338, de ligação aos Piornos. O autarca lembra que tiveram “que dar a volta e reinventar-nos”, e que se o trabalho realizado tivesse sido mau, ou não tivessem sido alcançados os objetivos definidos pelo movimento independente Manteigas 2030, não sentiria motivação para continuar a ser presidente de Câmara.
O autarca diz-se “muito orgulhoso” e de “consciência tranquila” com o trabalho feito durante o mandato, e considera que, sem ser determinante, o chumbo do orçamento de 2025 por parte da Assembleia Municipal “contribuiu para manter” a motivação e perceber que, “às vezes, a mudança é difícil de assimilar por todas as pessoas”.
Depois de, há quatro anos, ter protagonizado a grande surpresa das autárquicas no distrito da Guarda, vencendo (com 34,1% dos votos), como independente, o então autarca Esmeraldo Carvalhinho (PS), que teve 28,1%, e o hoje vereador do PSD Nuno Soares (26,7%), Flávio Massano frisa que está agora a reunir apoiantes e elementos da lista para perceber se tem condições para avançar como independente, tal como em 2021.
“Não fizemos tudo bem, mas aprendemos, crescemos e revitalizamos Manteigas. Hoje em dia, é inegável que a vila é falada fora do nosso território, somos um exemplo para municípios maiores em termos de boas práticas, de projetos disruptivos e até de alguma ambição”, assegura o autarca, que é natural de Manteigas, mas radicado em Lisboa há vários anos. Aliás, Massano diz não esta “agarrado a esta missão” e lembra que até perdeu dinheiro em trocar o trabalho em Lisboa pelo de presidente de uma autarquia pequena. “Quem a aceita perde muito e, no meu caso, perdi muito em termos financeiros, pois vivia de forma confortável, do meu trabalho” afiança, lembrando que um presidente de uma câmara pequena tem “o salário mais baixo dos políticos em Portugal. É mesmo abdicar de muita coisa”, garante.