Autarquia diz que IGFSS não quer ceder edifício

Organismo do Ministério da Segurança Social transmitiu que só aluga ou vende o imóvel e município apelou para que entidades se entendam e agilizem os procedimentos

A solução alternativa para responder ao encerramento do Colégio das Freiras continua num impasse. O presidente da Câmara da Covilhã apelou ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que agilize a cedência do edifício do Bolinha de Neve para que o município faça as obras. Caso isso não aconteça, Vítor Pereira disse que no dia 1 de setembro vai pedir ao primeiro-ministro que receba as crianças e a residência oficial seja transformada num infantário.

Segundo Vítor Pereira, depois de, no dia 4, representantes do município terem reunido com o vice-presidente do Instituto da Segurança Social, e de este ter transmitido que ia conversar com os colegas do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS), entidade proprietária do edifício do Bolinha de Neve, o organismo terá respondido, à RTP, que não vai ceder gratuitamente o edifício, apenas alugar ou vender.

O presidente manifestou-se indignado e lamentou a “insensibilidade com que o assunto está a ser encarado pelo ministério, pelas secretarias de Estado, pelos institutos e também pela direção distrital” da Segurança Social.

“É um assunto tão urgente e até agora zero”, frisou Vítor Pereira, durante a reunião pública do executivo de sexta-feira, 11. “Eu apelo para que eles se entendam e que resolvam rapidamente este assunto. É inadmissível que continuemos a patinar, continuemos a estar a marcar passo relativamente a esta problemática”, acrescentou o autarca, que lamentou a ausência de qualquer resposta formal.

Vítor Pereira salientou ter ficado indignado quando confrontado com a resposta dada à RTP e pede que as duas secretarias do ministério da tutela se articulem e agilizem os procedimentos para resolverem o problema, que terá de passar pela passagem do edifício do IGFSS para o ISS, para que possa ser cedido ao município, à Comissão de Pais ou à organização religiosa Instituto Jesus Maria José, do Dominguizo, que manifestou disponibilidade para gerir o equipamento.

“O problema está em conseguirmos este objetivo”, destacou o presidente, para quem a tutela “sacode a água do capote” e, na resposta dada à RTP, “têm o atrevimento de sugerir” que foram informados pelo ISS de que há uma resposta na Covilhã, a Santa Casa da Misericórdia.

O autarca covilhanense disse ter sido “surpreendido” com a informação do IGFSS e estar “profundamente indignado” com a postura dos dois institutos do mesmo ministério. “Ou houve aqui um desfasamento no tempo, ou não querem resolver o assunto, ou querem colocar em cima deste executivo um assunto que não é exclusivamente nosso”, analisou Vítor Pereira, que lembrou ser responsabilidade do Governo a rede de infantários.

Vítor Pereira sustentou que existe por parte da Segurança Social uma “obrigação moral” em disponibilizar o edifício para ser utilizado como infantário, uma vez que a Câmara da Covilhã, em 1970, vendeu a preço simbólico o terreno para essa finalidade e critica que o IGFSS venha invocar um “argumento financeiro”, quando “estão em causa crianças e famílias. “É desumanidade, é insensibilidade, é intolerável, é incomportável, é lamentável”, exprimiu o presidente.

Durante a sessão o presidente comentou que vê “que é difícil que esta gente se entenda” e, para já, não apontou os próximos passos a dar.

 

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