Natural de Vale de Cambra, e a estudar na Suíça, Pedro Simões, de 20 anos, foi o vencedor da VI edição do Concurso Internacional de Percussão da Beira Interior, que decorreu na Covilhã, entre os dias 11 e 15 de abril, e que contou com 68 músicos oriundos de sete países.
Na categoria C, entre os 16 e os 18 anos, ganhou Alexandre Barbosa, de Barcelos, na categoria B, entre os 13 e os 15 anos, o primeiro classificado foi o norueguês Ole-Jakob Innervick e na categoria A, a partir de 12 anos, venceu o espanhol Guillem Lopez.
O presidente do júri, Marco Fernandes, disse que a organização “arriscou imenso” e frisou que este “deve ser um festival de percussão, mas deve ser também uma grande festa da cidade”.
Pedro Simões já tinha concorrido uma vez, num formato adaptado a tempos de pandemia, e acabou por não passar nas eliminatórias. Agora veio de Genebra porque “este concurso é uma referência”, com elementos no júri que também o são, tentou manter as expetativas controladas, para não se desmotivar, caso os resultados não fossem os esperados, e salientou ter encontrado “um nível competitivo muito elevado em todas as categorias”.
Ter-se destacado “representa um impulso”. “É uma boa forma de começar uma carreira. Uma validação no mundo da música e é sempre bom ter um prémio destes no currículo”, comentou, em declarações ao NC.
Alexandre Barbosa também se mostrou surpreendido com o nível encontrado. “O pessoal estava todo a tocar muito bem”, observou. O que fez a diferença, considera, foi “o momento” e não ter estado tenso.
Este ano o concurso realizou-se num modelo diferente, que incluiu também um festival em simultâneo, que incluiu a realização de dois concertos diários para o público em geral, em seis espaços na cidade, assim como ‘masterclasses’ e ateliers na área da percussão, em que os participantes puderam desenvolver novas técnicas ou aprofundar conhecimentos.
Alexandre Barbosa destacou essa vertente mais abrangente, que propicia o convívio. “Com a parte do festival temos a parte menos formal, conhecemos outras realidades, pessoas diferentes, há espaço para a convivência”, referiu o músico.
Tiago Jesus, 12 anos, percussionista na Banda da Covilhã, aproveitou a proximidade para participar pela primeira vez num concurso e enaltece a possibilidade de ter participado nas várias iniciativas paralelas, ter “aprendido muito” e ter ficado com vontade de explorar mais.
“Este é um concurso que tem razão para existir e deve fazer parte do calendário cultural da Covilhã”, acentuou a vereadora com o pelouro da Cultura na Câmara da Covilhã, Regina Gouveia, durante a cerimónia de entrega de prémios. “Não foi só um concurso. O festival esteve na cidade”, acrescentou.
O diretor artístico, Luís Cipriano, afirmou que o Concurso Internacional de Percussão da Beira Interior está a manifestar “um crescimento saudável” e adiantou que a intenção é dar-lhe continuidade e “manter o modelo” de ter associado o festival, que acrescenta valor ao evento.
“O centro da cidade passou a ter outra dinâmica nestes dias, com concertos todos os dias à noite e concertos mais informais, em bares. Explorámos todos os tipos de música relacionados com a percussão, sendo sempre a percussão o principal elemento de todos os concertos”, sustentou, o maestro, segundo o qual “neste momento, já é curricular vir a este concurso”.
O Concurso resulta de uma parceria da Associação Cultural da Beira Interior com a Câmara da Covilhã.