No final da partida do último domingo, frente ao Caldas, que garantiu a permanência do clube serrano na Liga 3, o treinador do Sporting da Covilhã, Leandro Grimi, que não pode estar no banco por ter sido expulso, na semana anterior, em Oliveira do Hospital, surgiu emocionado na sala de imprensa. E chegou mesmo a soltar uma lágrima perante algumas perguntas dos jornalistas. O argentino disse que, em termos globais, “os pontos não acompanharam a qualidade dos jogos da equipa”, mostrou-se orgulhoso do grupo e lembrou que o futebol é, por vezes, injusto. “Se hoje perdêssemos, era mais uma dessas injustiças” disse, face ao que os atletas fizeram. “Os jogadores, desde que cá estou, quiseram sempre ir para a frente, com humildade” disse, elogiando também o apoio da massa associativa serrana. “Deram-nos muito. Foi um trabalho muito desgastante, mas estivemos sempre muito positivos. O público foi fantástico e era um objetivo do clube, voltar a ter o público connosco, mesmo que os resultados nem sempre tenham sido o que mereciam” disse.
Fazendo um balanço geral “muito bom”, o ex-lateral esquerdo do Sporting, que substituiu Francisco Chaló na parte final da primeira fase, recusou abordar o futuro. “Hoje quero é chegar a casa e abraçar a minha família. E descansar” disse o técnico, que garantiu que a chegada de Luís Lourenço, “em quem confio”, acrescentou muito ao grupo.
Zé Simão diz que equipa não merecia sofrer até ao fim
Zé Simão, produto da formação covilhanense, que depois de alguns jogos em branco foi titular no jogo decisivo, garante que pelo futebol apresentado durante a época, a equipa não merecia ter sofrido até final. “O futebol que apresentámos não merecia que chegássemos a este jogo a lutar pela manutenção” disse o central, que após a saída de Diogo Ramalho assumiu a braçadeira de capitão. “Foi a minha primeira experiência como sub-capitão, embora na formação já o tivesse sido, e poder logo na minha segunda temporada na equipa principal vir a ser capitão foi algo que nunca pensei” disse. Zé Simão, que depois de subir a sénior andou pela distrital, afirmou que ao representar o emblema serrano foi “mudar de vida”, com treinos diários, agradecendo a aposta do clube em gente da terra. “O clube apostou em nós e só queria retribuir da melhor forma” assegurou. O central salientou que esta acabou por ser uma época “muito difícil e desafiadora”, mostrando orgulho por cumprir “o sonho de chegar à primeira equipa”.
Pelo mesmo discurso optou Gui Paula, também formado no Covilhã, mas que jogou nas últimas temporadas no Académico do Fundão, no distrital, e que esta temporada acabou por ser uma das revelações da equipa. “É o sonho de qualquer jovem. Pessoalmente, nem estava à espera de ter tantos minutos esta época, mas acho que acabámos por ter um grande desenvolvimento”.