Escrevo, ignorando pura e simplesmente os resultados eleitorais, porque o que quer que eles revelaram, não se revela muito diferente do que já revelaram há um ano, e mostram um país completamente à nora, deixando-se enredar numa teia montada por um conjunto de figuras que mostram por um lado desconhecimento, por outro, preparação insuficiente, e ainda por outro, falta de coragem. Deste modo atribuí três básicos. Como se de óscares do basismo se tratassem. O basismo não como doutrina política ou de carácter ideológico, antes como exemplo de uma forma simples de pensar. Simplória, quase medíocre. De pensar e de agir.
“And the basic goes too”; Gouveia e Melo. O marinheiro que há muito quer ser Presidente da República, que começou por negar a pretensão, dando sempre a entender que era militar e não político, e que de um momento para o outro foi tomado por uma indómita vontade de ocupar Belém, de tal forma que nem deixou, como seria de bom tom e senso, que os partidos, esses sim políticos, acabassem o trabalhinho de convencer os portugueses da bondade de suas mensagens. E fê-lo numa entrevista na rádio, deixando cair a informação de que o anúncio oficial será a 29 deste mês, e por isso há que acelerar o processo de produção dos convites. Como se fosse um “copo-de-água” servido para obsequiar os seus apoiantes. Ao mesmo tempo que parecia avisar os portugueses que tem uma visão estratégica para o país. Para a distribuição dos convites acredito que haja um plano bem gizado, agora para Portugal, poupe-nos senhor almirante. Se alguma vez ocupar Belém, toda a Europa gargalhará de nós. “And the basic goes too”; André e Pedro. Trata-se de um “básico” repartido. Para o líder da seita e para o verdadeiro espectáculo que montou a propósito de uma doença que o terá afectado, e para o seu substituto na campanha, que chamado de urgência a comunicar, revelou o que há muito era óbvio. Uma perfeita nulidade, e um vazio na mensagem. Baboseiras & Disparates, assim se deveria chamar uma série brejeira com estes protagonistas. “And the basic goes too”; Paulo Rangel e a falta de coragem de Portugal e da sua política externa face ao reconhecimento do Estado da Palestina. Na verdade, há um ano que a Espanha mostrou de que fibra é feita, e juntamente com a Noruega que nem sequer pertence à União, a Irlanda, a Eslovénia, e até Malta, se empenhou em mostrar ao mundo a justiça e a necessidade desse reconhecimento. Por cá, à boa maneira portuguesa, continuamos sem assumir nada, assobiando para o lado, à espera como é hábito de que outros tomem posição por nós, ou nos forcem a tomá-la. O mundo assiste diariamente a verdadeiros massacres, à morte de dezenas de crianças, a uma limpeza étnica, a um território a ser dizimado, e nós fingindo desconhecer. Deveria ser um imperativo de consciência. É domingo. Dia 18 de Maio de 2025. Vou sair para votar!