Concurso Internacional Júlio Cardona com músicos de 14 diferentes países

Concurso Internacional de Música decorre entre 25 e 28 deste mês em versão “renovada”

“Dar seguimento e, simultaneamente, renovar a reconhecida tradição da cidade da Covilhã de promover concursos internacionais de música”. É este o intuito que o diretor artístico da primeira edição do Concurso Internacional de Música Júlio Cardona, o maestro e violoncelista covilhanense Bruno Borralhinho, quer dar ao certame, que decorre entre os dias 25 e 28 deste mês no Teatro Municipal.

O evento promovido, pela Câmara da Covilhã, visa recuperar o papel da cidade enquanto anfitriã de concursos como o de piano Cidade da Covilhã, nos anos 70, ou o de cordas (Concurso de Instrumentos de Arco Júlio Cardona, que Borralhinho venceu há 25 anos) que começou em 1997 e teve a última edição em 2015. E contará com músicos de várias nacionalidades com idades compreendidas entre 18 e 30 anos. A par da valorização e promoção do talento de jovens músicos, o evento presta homenagem ao violinista Júlio Cardona (1879-1950), “reavivando e expandindo a memória e o legado de um dos maiores embaixadores culturais da cidade anfitriã” recorda Bruno Borralhinho.
Haverá três categorias a concurso: violino, flauta e piano. O regulamento contempla a execução de uma obra obrigatória de compositores vivos contemporâneos “de grande exigência e complexidade”, para valorizar o trabalho destes autores. Para violino foi selecionada uma peça de António Chagas Barbosa, para flauta de Alexandre Delgado e para piano de João Pedro Oliveira.

Segundo o diretor artístico do Concurso, a pré-seleção de concorrentes, realizada ao longo do passado mês de março, registou inscrições de várias dezenas de concorrentes de 14 nacionalidades: Portugal, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Suécia, Eslovénia, Polónia, Ucrânia, Rússia, Japão, Coreia do Sul, Cuba e Estados Unidos da América. “Um enorme sucesso logo à partida” aponta, acreditando que os 24 concorrentes selecionados para a ronda principal (8 por categoria) “certamente vão confirmar com excelentes interpretações do fantástico repertório dos seus instrumentos.” Bruno Borralhinho antecipa que o público pode esperar uma “oferta artística com uma qualidade muito alta, muito variada e instrumentos muito diferentes”. A ronda principal de violino é dia 25, a de flauta, a 26 e a de piano, a 27. As finais, nas três categorias, ao longo do dia 28.

O júri de cada categoria é composto pelo presidente do júri e diretor artístico do concurso, Bruno Borralhinho, e por outras duas personalidades “com credenciais e reputação internacional”, incluindo membros portugueses, estrangeiros (Espanha e Bulgária) e portugueses radicados no estrangeiro (Alemanha e Escócia): Adriano Jordão, António Rosado, Afonso Fesch, Mariana Todorova, Claudi Arimany e Paulo Barros.

Bruno Borralhinho promete um evento “com muito critério, com muita qualidade”, com as apresentações, no Teatro Municipal da Covilhã, abertas ao público em geral. “É a possibilidade também de trazer músicos de grande qualidade à cidade, haver uma ligação com a Covilhã”, acrescenta.

Regina Gouveia, vereadora com o pelouro da Cultura, durante a apresentação do evento, destacou a preocupação em projetar o talento de jovens músicos. “Pretendemos com este concurso a valorização e a promoção de jovens músicos e expandir a memória e o legado de Júlio Cardona, um dos mais prestigiados violinistas portugueses do século XX”, frisou.

O concurso prevê atividades paralelas com foco em duas personalidades: o violinista Júlio Cardona e o maestro Manuel Campos Costa. O orçamento, de 20 mil euros, é “modesto, muito baixo para este tipo de concursos” e os prémios monetários não foram ainda anunciados, mas o diretor artístico adianta que há outras gratificações. Os vencedores na execução da obra obrigatória recebem um vale da Ava para a compra de obras do catálogo da editora portuguesa de música erudita. Os premiados em cada instrumento vão ter a oportunidade de serem solistas em três orquestras profissionais: a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra do Algarve e a Orquestra das Beiras.

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