ASTA cria peça inspirada em Aquilino Ribeiro

Nova produção estreou em Alpedrinha e é apresentada na Covilhã em outubro

A Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA) estreou no sábado, em Alpedrinha, uma peça inspirada na obra “Aldeia: terra, gente e bichos”, da autoria do escritor Aquilino Ribeiro, quando passam 140 anos sobre a morte do autor. “Sede” vai ser também apresentada na Covilhã em 16 de outubro.

A mais recente produção da companhia com sede na Covilhã será ainda apresentada, até ao final do ano, em Évora, Serpa, Sintra e novamente no Fundão, desta vez na cidade, em data a anunciar, depois de no sábado e domingo ter subido ao palco do Teatro Clube de Alpedrinha.

Protagonizada pelas atrizes Carmo Teixeira e Bárbara Soares, a peça chama-se “Sede” e o encenador, Patrick Murys, frisou que esse nome é metafórico e pode ter vários significados.

A história tem como ponto de partida “duas mulheres que estão à procura de um sítio para renascer, para reviver, que estão à procura de um local com água”, mas que, através da imagem e da interpretação, pode sugerir no espetador outro tipo de necessidades vitais e questionar qual a sede de cada um individualmente, de uma aldeia ou de um país.

“Criámos um teatro mais poético. Cada espetador pode ter a sua interpretação. Não há uma mensagem. Falamos da seca, falamos da água, falamos do tempo que passa, falamos de solidariedade, mas falamos sempre com imagens, não há nenhuma palavra”, sublinhou o criador.

A opção por esta estética, vincou, permite “tornar a peça mais universal, tocar pessoas de horizontes diferentes, de culturas diferentes, tenta abrir ao máximo possibilidades”.

Patrick Murys, francês, disse que a obra em que a peça se inspira é “muito rica” e “transmite tanto literatura, como filosofia, ecologia ou pensamento político”.

O principal desafio, segundo Patrick Murys, foi perceber a obra, para depois se “distanciar dela” e criar uma abordagem própria.

“É uma linguagem de teatro visual, teatro físico. Não há palavras. E é dada muita importância ao trabalho dos objetos”, adiantou o encenador.

De acordo com Patrick Murys, a riqueza do texto original permite abranger várias temáticas e afirmou ter-lhe provocado “muitas sensações”, que quis partilhar com o público, através de uma fábula.

Patrick Murys vincou “o sentido crítico” encontrado na obra de Aquilino Ribeiro (1885 – 1963) e destacou que o autor, que escreveu também “Terras do demo”, era alguém que “acreditava no ser humano” e “acreditava que o futuro pode ser melhor”.

A peça tem a duração de 50 minutos e tem coprodução de A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes e da Câmara do Fundão.

A ASTA, companhia covilhanense, leva “Sede” a Évora em 4 de outubro, Covilhã em 16 de outubro, Serpa em 14 de novembro, Sintra em 6 de dezembro e Fundão em data a indicar, segundo Rui Pires, da direção.

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