O primeiro dia desta edição da Feira de São Tiago, na sexta-feira, 11, foi aquele em que se verificou o maior número de pessoas no recinto desde que há controlo com entradas pagas, com mais de vinte mil pessoas a comprarem bilhete no dia em que atuaram os Calema.

O relvado onde decorreu o concerto estava repleto, mas o mesmo aconteceu nos corredores onde se encontram os expositores e na zona de restauração, onde as filas se multiplicaram.

“Há que ir além disto, porque a Feira de São Tiago não é mais uma feira. É a feira da nossa região”, frisou o presidente do município, Vítor Pereira, na abertura do certame.

Segundo o autarca, a Feira de São Tiago, que soma 614 anos e 612 edições, é “um evento charneira da região, que contribui para a dinamização económica e turística da região” e para “descobrir as muitas maravilhas que esta região tem”.

Para Vítor Pereira, o evento “é mais do que uma feira” e é “uma feira para todos”, com uma “oferta muito alargada”.

O presidente do município covilhanense acentuou que se trata do “maior e melhor certame da Beira Interior”, que está a crescer e é possível contribuir para o seu engrandecimento.

Este ano o autarca registou a melhoria dos espaços, a criação de uma nova zona de restauração, de um terceiro palco e o reforço das casas de banho, uma das necessidades apontadas pelos visitantes em edições anteriores.

Com um orçamento a rondar os 450 mil euros, Vítor Pereira afirmou que a organização conseguiu fazer este ano “a melhor feira de sempre”, com 230 expositores e “uma adesão fantástica”.

O vereador com o pelouro, José Miguel Oliveira, referiu que “está encontrado o modelo” para a Feira de São Tiago, com o pagamento de entradas nos dias de espetáculos de artistas de projeção nacional, o pagamento do valor por parte dos expositores, o que tem permitido o crescimento do evento e ir fazendo “todos os anos um bocadinho diferente e melhor”.

Na opinião de José Miguel Oliveira, estão criadas as condições para que se possa “dar o salto para ter aqui artistas internacionais”.

Com uma barbearia na cidade há três anos, Frank Pereira, de 29, decidiu participar pela primeira vez na Feira de São Tiago com um stand para divulgar a marca e mostrar o trabalho e o tipo de serviço que a Brooks presta.

“Viemos para as pessoas nos conhecerem, porque um corte de cabelo vai além disso. Pode deixar as pessoas mais confiantes”, sublinhou.

Cliente habitual, mas a trabalhar por turnos e com poucas oportunidades para ir à barbearia, Flávio Antunes, 28 anos, aproveitou o momento em que a família está na zona de restauração para se sentar na cadeira e cortar o cabelo ali mesmo. “Eu já sei o serviço que prestam, o meu tempo não é muito e aproveitei. Juntei o útil ao agradável”, comentou.

Beatriz Costa, 73 anos, e Carlos Carriço, 75, frequentam o certame desde que são crianças, já viram a feira ser realizada em várias zonas da cidade e são unânimes que a atual localização é a melhor. Vir comer farturas, as únicas no ano, é um ritual nesta altura, tal como aproveitar para distrair e para ver pessoas. O pior é a dificuldade em estacionar, um problema agravado num dia em que, logo na primeira hora, já se encontrava um número acima da média dentro do recinto e a dirigir-se para a entrada.

Orlanda Mendes não tem dúvidas de que o cartaz musical da feira “tem sido cada vez melhor” e aplaude, porque entende que “a Covilhã merece assim uma grande festa”. Sentada a jantar, veio mais cedo, “para apanhar lugar”, mas nota que “há muito mais gente do que o normal”. Embora não falte à Feira de São Tiago, onde todos os anos vem comer uma fartura, neste primeiro dia o que a motivou foi ver a dupla Calema, são-tomenses de que é admiradora. “Os meus toques de telemóvel são todos dos Calema”, comenta.

Ao início da tarde também já muito gente se concentrava no relvado, para que pudessem ver o mais à frente possível o concerto.

A Câmara da Covilhã informou que o recorde de bilhetes vendidos no dia em que atuaram os Xutos & Pontapés, no ano passado, 19 mil, foi ultrapassado e se registou “o maior número de visitantes de sempre”, com cerca de vinte mil ingressos vendidos.