“Penamacor é um diamante por descobrir”

José Miguel Oliveira, 47 anos, é o candidato do PS a Penamacor. Lembra ligações familiares que sempre teve a um concelho que considera ter ainda muito potencial por explorar

Porque é que, após 8 anos de vereador na Covilhã, concorre a Penamacor?

Foram oito anos de trabalho intenso, dedicado a uma causa que abracei com empenho, esforço e com orgulho no trabalho feito. Foi-me dada a oportunidade de servir aqueles que me elegeram em diversas áreas. Tive uma perspetiva da administração autárquica que consolidou o muito que já tinha aprendido em dez anos enquanto trabalhador na Câmara de Penamacor.  E essa é uma das razões pelas quais decidi ser candidato aqui. Não só o meu passado como funcionário, mas a minha ligação familiar e afetiva a este concelho. O meu pai foi presidente da Assembleia Municipal de Penamacor e vereador desta autarquia. Os meus avós sempre viveram no concelho e foi aí que aprendi os meus primeiros passos e o valor do trabalho, com ele e com o meu avô. Além disso, ao longo de vários meses, muitos penamacorenses me foram apelando para que abraçasse uma candidatura à Câmara. Muitos dos elementos das estruturas do PS local, atores políticos com as mais altas responsabilidades no concelho, mas também nas freguesias, fizeram-me acreditar que poderia liderar uma candidatura ganhadora, que também fosse transformadora. É também conhecido que o secretário-geral do PS e o presidente da Federação Distrital me manifestaram que seria eu a pessoa que consideravam melhor preparada e melhor colocada para liderar a gestão do concelho. Ponderei todas estas razões de forma consciente e também se, de facto, considerava ter as qualidades pessoais, profissionais e de liderança para um projeto que quero que mude as vidas de todos os penamacorenses para melhor. A resposta foi afirmativa. É um desafio que abraço com a certeza de que posso fazer a diferença.

Não teme ser visto como um “globetrotter” da política?

Não, porque sou um homem de convicções e estou na política para melhorar a vida das pessoas. Gosto do serviço publico e da oportunidade que me tem sido dada de ajudar, de melhorar e desenvolver o meu território. Poderia ter receio destas eleições se me considerassem incompetente, inábil, se não tivesse provas dadas. Paralelamente, já expliquei a relação que tenho com o concelho, os muitos anos que aqui passei, o tempo que aqui continuo a passar, as relações de amizade que aqui mantenho, o conhecimento que tenho da realidade. Os muitos apelos que me fizeram para protagonizar esta candidatura provam também que não sou visto dessa forma. A votação inequívoca na Comissão Política do PS também demonstra que este é o meu lugar, porque o quero, mas também porque os outros também o vêem assim.

Já trabalhou em Penamacor. Do que conhece, o que acha ainda ser preciso fazer?

O trabalho autárquico nunca está terminado, há sempre algo por fazer, há sempre oportunidades a aproveitar para melhorar a vida das pessoas. O muito que andámos, na construção de infraestruturas, na melhoria das condições de acesso à saúde, à educação, à cultura, na melhoria das nossas condições económicas, é evidente em Penamacor, mas um pouco em todo o país. Mas continuamos a ter muito por fazer. Estou certo que quando terminar os meus mandatos à frente da Câmara de Penamacor continuarão a haver problemas por resolver, oportunidades a aproveitar, projetos a desenvolver. É reconhecido que os mandatos passados do PS representaram um período de desenvolvimento das infraestruturas no concelho em diversas áreas e que nos permite agora olhar para o futuro com perspetivas de apostar em algumas áreas onde temos potencial por explorar.

Quais?

É imperativo encontrar parceiros, seja ao nível nacional ou regional, para garantir uma ligação mais rápida entre a fronteira de Penamacor com Valverde del Fresno e a ligação à A23. Esta ligação seria de elevado potencial económico tanto para Penamacor, como para a região fronteiriça de Espanha, mas também para concelhos que nos são próximos, como a Covilhã, Belmonte e Fundão. Creio que contaremos com o empenho desses autarcas para a construção desta via estruturante. Colocar-nos-ia como charneira no comércio transfronteiriço desta região com elevado potencial de investimento e crescimento económico. Por outro lado, permitiria melhor acesso dos penamacorenses a esta região, por exemplo, no acesso a cuidados de saúde mais diferenciados. Para o turismo seria também um novo filão a explorar.  Na saúde é importante encontrar forma de trazer mais médicos e enfermeiros para trabalharem cá. Há que encontrar os estímulos que fixem estes profissionais no concelho. O turismo é uma área onde tenho alguma experiência autárquica e que identifico como uma das com maior potencial económico no concelho. Representa hoje um dos sectores de elevado valor acrescentado e mobilizador de outras atividades económicas relacionadas, dinamizadora em matéria de mão-de-obra e oportunidades de emprego. Penamacor é, na minha opinião, um diamante por descobrir que, com uma estratégia adequada, bem delineada e que se execute, irá revolucionar o turismo e a economia. Acho, aliás, que é o reconhecimento das características próprias do concelho que tem levado à fixação de um número crescente de estrangeiros por cá. Na educação, importa revisitar a oferta formativa e diversificar o ensino oferecido aos nossos jovens. Nos transportes, temos que olhar para as necessidades específicas da vila, de cada aldeia, e mais do que encontrar um sistema de transportes caro e vago, que não serve realmente as necessidades da nossa população, devemos envolver as nossas juntas de freguesia na procura das melhores respostas às necessidades reais dos cidadãos.

Que prioridades tem definidas para desenvolver o concelho?

O principal foco será criar condições para fixar população e atrair investimento. A nossa estratégia irá passar por três eixos centrais: habitação acessível, dinamização económica e serviços públicos de qualidade. Na habitação, para além de finalizarmos os projetos em curso, pretendemos lançar um programa municipal de apoio à construção e reabilitação de casas, e ao arrendamento, a custos controlados, priorizando quem escolha Penamacor para trabalhar e viver. A nível económico, temos de ser melhores, mais assertivos, mais eficazes na captação de investimento. Disponibilizaremos um programa de tutoria e acompanhamento de cada empresa, de cada ideia, iremos criar e disponibilizar espaços prontos a serem ocupados com diferentes tipologias e características, que se adaptem a vários tipos de procura; desde a instalação de empresas em pavilhões industriais; passando pelo nómada digital ou pelo jovem empreendedor, até ao comerciante/empresário/investidor que quer abrir o seu negócio. Vamos criar uma via verde para o licenciamento de investimentos que também abarque quem já cá trabalha e investe. Apoiar a nossa agricultura, fixar empresas ligadas às energias renováveis, às indústrias verdes e à fileira agroalimentar, valorizando os recursos que só aqui existem. Por último, melhorar os serviços públicos de apoio aos cidadãos, com particular relevância para a mobilidade, dentro do concelho e fora. Potenciar a cultura, o desporto, a juventude, a ação social e organizar mais eventos culturais, gastronómicos e desportivos.

Se perder, assume lugar de vereador?

Serei absolutamente claro nesta matéria: não me candidato a vereador, mas sim a presidente da Câmara de Penamacor. E estou convencido que irei ser merecedor da confiança dos penamacorenses. Mas também de forma muito clara lhe digo que servirei o povo com a confiança que em mim depositarem.

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