“Acredito que posso ganhar”

Eleito, já por duas vezes, vereador pela CDU, desta vez Carlos Afonso, 70 anos, acredita que pode vir a ganhar a Câmara de Belmonte. E defende um modelo de gestão diferente na autarquia

O que o leva a candidatar-se à Câmara?

A necessidade sentida, no momento atual, onde mais que nunca é preciso mudar a forma de olhar o futuro do concelho. É necessário fazer diferente, é necessário dar credibilidade à gestão autárquica, governar para todos os munícipes, credibilizar a gestão com muita transparência nas decisões tomadas. De momento, penso que mais que nunca se justifica a minha candidatura, pela minha experiência e com o meu conhecimento de quem está há sete décadas a viver intensamente as necessidades da população.

Já foi eleito, em mandatos diferentes, duas vezes como vereador. Acredita que pode, desta vez, ganhar?

Sem qualquer dúvida que acredito que posso ganhar o próximo ato eleitoral, por vários motivos: pele equipa que me acompanha, por ser o candidato que conhece as gentes e o concelho como ninguém e também com a vontade imensa que sinto, de uma vez por todas, dar transparência e muita seriedade na gestão dos recursos financeiros. Que embora a divida seja grande, com uma gestão a pensar nos cidadãos e não em clientelas, é possível termos um concelho onde seja agradável viver. Até porque somos um concelho pequeno e já com menos de seis mil habitantes.

Já disse que nem tudo foi mal feito nos últimos anos. O que manterá, caso ganhe, e o que irá mudar?

Como já afirmei, o problema da habitação é bastante sentido no momento. As rendas estão incomportáveis para o rendimento da maioria dos cidadãos. É necessário dar resposta a este problema grave. O projeto de recuperação de dois edifícios em Belmonte, a custo zero para o município, a recuperação de antigos edifícios de escolas primárias da Pimenta, Gaia, Malpique e uma casa em Caria, assim como 30 casas no Bairro do Olival Grande, imóveis no valor de cerca de 8 milhões, não os podemos perder. Porque a particularidade destas casas é que elas vão entrar no mercado de arrendamento com rendas controladas. Assim, o cidadão, em particular os jovens, poderão ter casa no concelho. Se acrescentarmos aqui mais 50 casas em Caria, ainda sem financiamento garantido, que depois do processo concluído não será a custo zero, mas o seu financiamento vai até 85%, o mercado de arrendamento vai ter mais quase 100 apartamentos, como já disse a renda controlada. Esta aposta na habitação será para continuar. Temos de admitir que esta solução é positiva, depois da maioria do executivo, sempre com o meu voto contra, andar a arrendar casas a 600 euros mensais, para dar a trabalhadores que viriam trabalhar para a Wit Software. Esta aposta foi um desastre financeiro, que todos nós pagamos. Para mudar é necessária uma nova visão de rentabilização dos recursos humanos. Aqui a gestão tem sido um desastre, onde a nau anda à deriva, onde a falta de coordenação é diária. Dois exemplos que é fácil entender: o município para colocar 12 sinais de trânsito adjudica esses trabalhos a um privado com o argumento, que o pessoal da Câmara não tem condições para colocar os mesmos. Isto até parece anedótico, assim como outras situações. Segundo caso: todos os cidadãos recebem em casa a carta para pagar a água, sabem que a Câmara gasta 6500 euros para receberem essa carta em casa, pagando a um privado; aqui também dizem que o pessoal não tem condições para fazer a faturação. A isto só se pode chamar de brincadeira. É preciso mudar a forma de gerir os recursos financeiros, poupar no que é supérfluo. Gasta-se muito no supérfluo. Poupando no que não é prioritário, sobra muito dinheiro, para apoiar os nossos idosos e as instituições que os servem, assim como a infância, as coletividades e os seus dirigentes, que têm de ser vistos como parceiros fundamentais na promoção da cultura e do desporto e que têm, de uma vez por todas, de deixar de ser pedintes. Quero mudar a política de juventude que tem sido o parente esquecido das políticas dos últimos anos. É preciso mudar as relações com os fornecedores pagando a tempo e horas, assim como comprar nas empresas locais. Atrair novos investimentos credíveis e não baseados em ilusões.

Quais as prioridades para desenvolver o concelho?

Só com um concelho atrativo, arrumado e limpo, onde os que cá estão se sintam bem e felizes, podemos atrair investimento. Só com as infraestruturas existentes a funcionar e não degradadas, como hoje estão, podemos melhorar o concelho. Só com uma política de rigor, da nossa oferta cultural, podemos afirmarmo-nos. E é preciso alcatrão, não podemos continuar com tantos buracos.  É preciso áreas de lazer cuidadas, o que é possível, porque não custa nada. Hoje já gastamos o dinheiro para termos isso tudo, mas não se vê o resultado desse gasto. Tratar o nosso concelho no todo, transformá-lo num jardim onde dê gosto viver.

Caso perca, assume o lugar de vereador?

Claro que sim! Eu, no dia seguinte ao ato eleitoral, independentemente do resultado, vou sair de casa, como sempre saí ao longo da minha e vou continuar por cá, como sempre estive a servir a minha comunidade como sempre servi.

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