Porque se candidata à Câmara?
Candidato-me em nome de um coletivo que é a CDU-Fundão. Trabalhamos há muito tempo as questões do nosso território e temos um profundo conhecimento dos problemas e mais-valias do nosso município. Todos o podem comprovar pela leitura da nossa publicação mensal “O Barbilho” disponível nas redes sociais. Temos propostas concretas e uma visão de futuro que apresentamos como um modelo alternativo de gestão autárquica. Queremos serviços públicos fortes, uma gestão transparente, um desenvolvimento com direitos, cultura e coesão social. Queremos garantir qualidade de vida com habitação digna a todos os fundanenses, a defesa do ambiente e mobilidade democratizada e acessível.
Como avalia o trabalho deixado por Paulo Fernandes?
Paulo Fernandes teve uma gestão com aspetos positivos, o seu trabalho deixou marcas positivas no Fundão, mas com falhas relevantes que se refletem no dia a dia dos fundanenses. Descuidou dramaticamente o espaço público, não corrigiu os erros de privatização da distribuição da água e da recolha de resíduos sólidos, com especial gravidade dado os maus serviços prestados pelas empresas contratadas. Desinvestiu no transporte público urbano, não procurando alternativas ao transporte tradicional. Permitiu que as condições dos cuidados de saúde primários se degradassem e não conseguiu garantir para o hospital do Fundão mais e melhores serviços. Não protegeu a agricultura familiar, nem cuidou de dignificar a Praça Municipal.
E que mais problemas existem no concelho?
Para além disso, a falta de transparência em alguns processos de decisão leva ao crescimento de legítimas desconfianças. Colocou o Fundão em crise habitacional ainda antes de esta crise ser nacional, algo que tentou corrigir agora com os vários projetos do PRR em curso. Permitiu que o executivo funcionasse de forma espartilhada por pelouros, com vereadores e respetivas equipas a trabalhar sem coordenação e diálogo, que paralisam algumas decisões que dependem de vários pelouros ou levam à duplicação de esforços do município. A Câmara do Fundão recorre demasiadas vezes a contratação de pessoas por via da aquisição de serviços, precarizando os trabalhadores e não assegurando concursos públicos e transparentes para a contratação de pessoal necessário ao bom funcionamento da autarquia.
Que ideias defende para desenvolver o concelho?
Queremos continuar a criar condições para fixar empresas no nosso território, empresas que paguem salários dignos e produzam riqueza. De vários setores, mas com especial ênfase às empresas agroalimentares que levam também à defesa da nossa agricultura familiar. Queremos reabilitar os parques industriais, com instalação de serviços, reformulação de sinalética, arranjo e limpeza de percursos. Necessitamos de uma rede de transportes públicos urbanos, municipais e intermunicipais que seja uma resposta às reais aspirações de mobilidade de toda a população. Precisamos também de assegurar melhores serviços públicos, educação, saúde e mobilidade que nos permitam fixar população em cidade, vilas ou aldeias. Queremos ruas com passeios, jardins, arborizadas, cuidadas, ricas em cultura e vivas.
O facto de haver tantas candidaturas beneficia ou prejudica a sua?
Um número de candidaturas elevado beneficia sempre a democracia, a apresentação e discussão de diferentes propostas de governação, logo é benéfico para nós.
Qual a meta: chegar à vereação?
Num contexto em que uma vitória desejável é difícil, sim a eleição é uma meta.