Alguns espaços que fazem parte da rede museológica do concelho de Belmonte podem vir a ser requalificados, num investimento total de cerca de dois milhões de euros, ao abrigo de um programa ao qual a Empresa Municipal se candidatou, e cujo o projeto foi aprovado. O anúncio foi feito na passada quarta-feira, 24, durante a penúltima reunião do executivo belmontense neste mandato.
Joaquim Costa, presidente da Empresa, explicou que as verbas poderão chegar através da candidatura ao programa ARI (Autorização de Residência ao Investimento), lembrando que não estão previstos, neste momento, apoios comunitários para este tipo de intervenção, na área da cultura. Segundo o responsável, apenas duas das empresas municipais no País se podem candidatar ao programa, e que depois de feito o projeto, que foi apresentado ao Ministério da Cultura, que assenta em três eixos (Raízes da memória, mares da descoberta e interior vivo), apareceram investidores interessados. “Necessitam urgentemente de obras, pois são uma mais-valia para o concelho” disse Joaquim Costa.
Assim, poderão ser intervencionados Museu dos Descobrimentos, com um investimento de 1,3 milhões de euros e o Panteão dos Cabrais (Igreja de S. Tiago), num investimento de 280 mil euros.
Dias Rocha, presidente da autarquia, recusa a ideia de obras eleitoralistas e afirma que “as coisas acontecem quando acontecem”, mesmo que esteja em final de mandato. “Não íamos dizer que não só porque vamos embora”, sublinha, mostrando-se confiante na possibilidade de conseguir financiamento, a fundo perdido, por esta via, para outras obras como a casa Etnográfica ou Casa da Roda, em Caria, entre outros. Na sexta-feira, na Assembleia Municipal, Dias Rocha disse que ainda “não é nada de concreto”, mas mostrou-se esperançoso. “A Câmara não tem condições financeiras para fazer esta requalificação” vincou, negando qualquer intenção de privatizar a rede museológica.
Já o vereador da CDU, Carlos Afonso, que encabeça uma lista do partido à autarquia nas próximas autárquicas, mostrou-se “agradavelmente surpreendido”, ficando a “torcer para que seja uma realidade”. “O que é bom, nem que venha do diabo, é bom”, disse. No entanto, com alguma ironia, disse que o mandato do atual executivo “vai acabar em cheio” depois de quatro anos “a encher chouriças”. De todo o modo, considera o anúncio positivo. “Até me podem dizer para meter a viola no saco por andar a dizer que se for presidente extingo a empresa municipal”, vincou.