Ainda a assinalar o mês de luta contra o cancro da mama, outubro, o Sporting da Covilhã equipou, no passado domingo, de rosa, e foi claramente uma equipa muito “tenra” ao longo de toda a partida, que empatou sobretudo devido à falta de eficácia ofensiva do Atlético, e à grande exibição do seu guarda-redes Gustavo Galil, que fez brilhar intensamente o verde fluorescente com que estava vestido.
Na Tapadinha, o jogo teve sentido único ao longo dos 90 minutos: a baliza do Covilhã. No 50º confronto oficial entre os dois emblemas, na oitava jornada da Série B da Liga 3, o Atlético foi sempre dono e senhor do jogo, rematou muito, mas desperdiçou na mesma medida. Após várias ameaças, com remates ou por cima ou ao lado, aos 26 minutos Galil brilhou pela primeira vez, com um golpe de rins que evitou uma bola de golo de Caio. Délcio e Catarino também tiveram oportunidades, mas sucessivamente falhadas, ora pela falta de pontaria, ora porque a bola acabava por ser afastada na floresta de pernas covilhanenses que ficava à frente de Galil. Em toda a primeira parte, só nos descontos o Covilhã se aproximou da baliza lisboeta, num contra-ataque de 3×1 que acabou por ser desperdiçado.
Se na primeira parte a intensidade do Atlético tinha sido muita, perante a leveza serrana, na segunda, com o passar do tempo, a tendência acentuou-se ainda mais. Porém, às sucessivas tentativas de Délcio, César, Bruno Almeida ou Nico, respondeu sempre Galil com enormes defesas, algumas mesmo “à queima”, que faziam desesperar o público da casa. Já para lá dos 90 (+5), lance polémico, com os alcantarenses a reclamarem uma grande penalidade por derrube de Gonçalo Loureiro a Nico já na área (que parece existir), mas com o árbitro a deixar seguir a bola para Herrera, que isolado, na cara do guardião brasileiro dos serranos, proporcionou o último momento de glória a Galil, considerado o “homem do jogo”, que assim segurou um ponto para a equipa. Que soma agora sete no último lugar, ex-áqueo com o Lusitano de Évora. No domingo, os “leões da serra” recebem no Santos Pinto, às 15, o Amora.

