A “localização ibérica” de Penamacor, na chamada Raia transfronteiriça, não é uma fatalidade, mas antes uma oportunidade e um “atrativo estratégico” para o desenvolvimento. Foi esta uma das mensagens fortes deixada pelo novo presidente da Câmara, José Miguel Oliveira, que tomou posse no cargo na passada sexta-feira, 31 de outubro, no salão nobre dos Paços do Concelho.
O agora ex-vereador na Câmara da Covilhã estabeleceu algumas prioridades, numa lógica de “política de continuidade”, como o turismo, a valorização da natureza, o setor agrícola, a floresta, a energia verde, as novas ferramentas digitais, o apoio aos jovens, mas também a ação social junto dos mais idosos, o incentivo à habitação, a saúde, com a fixação de médicos de família no concelho, a mobilidade, os transportes, a cultura e o desporto. “Queremos transformar Penamacor num destino turístico de excelência. Queremos governar com verdade e transparência” disse o autarca, que prometeu também apoio constante às freguesias, que serão “tratadas com igualdade, respeito e autonomia”, lembrando que o serviço público “não é sobre vaidade, é sobre pessoas”. O combate à desertificação, com a fixação de novos residentes, foi outra das metas apontadas por José Miguel Oliveira, que apelou à união de todos. “Penamacor tem que deixar de ter desconfianças e conflitos, porque é muito mais o que nos une do que o que nos separa” recordou o novo edil.

Perante um salão cheio, e com muitos dos que o acompanharam ao longo do trabalho autárquico na Covilhã, José Miguel Oliveira elogiou uma campanha eleitoral “de respeito pelos valores democráticos”, lembrou que obteve uma maioria para governar que traz mais responsabilidades, manteve o compromisso de “renovar o futuro de Penamacor” e disse que o cargo que ocupa “pertence, acima de tudo, ao povo”. O autarca lembrou ainda que este foi um dos concelhos onde a abstenção foi mais baixa, em todo o País, elogiou o trabalho dos antecessores, “um exemplo de dedicação à causa pública” e recordou que o pai foi também ele eleito no município (na assembleia municipal e vereação), e que foi com ele que aprendeu “que o poder local é a forma mais nobre de democracia”. Oliveira prometeu ser “o presidente de todos os penamacorenses”, tenham ou não votado nele, e disse que defenderá no concelho políticas de igualdade de oportunidades, descentralização, em que “ninguém fica para trás”.

Penamacor, salienta, “é uma terra com alma”, que enfrente desafios como a desertificação ou a perda de serviços públicos, mas a acredita que é possível fazer mais pelo concelho. “Estar no Interior não é uma fatalidade”, afirma, acreditando que a localização geográfica pode ser um trunfo para atrair mais investimento, mais empresas e pessoas.
Além do executivo, formado por José Miguel Oliveira, Pedro Silveira, Filipe Batista, Guida Leal e Noémia Crucho, tomou posse também a assembleia municipal, que voltará a ser liderada, na mesa, por Valéria Gonçalves, que foi eleita nesse dia com 21 votos a favor, e três em branco. A autarca disse que se celebrou a “continuidade da vida democrática” no concelho, num “novo capítulo”, elogiou os antecessores no executivo e assembleia, e apelou aos deputados (15 mais os nove presidentes de junta) para que coloquem o “interesse de Penamacor acima de qualquer outro”. Valéria Gonçalves garante que este órgão “continuará a ser uma casa aberta” e disse que neste mandato, que quer de “união e construção”, o concelho deverá trabalhar para atrair mais população, preservar e potenciar o património natural, e aumentar a qualidade de vida. “Exige-se menos discursos e mais planeamento”, rematou.

