Apesar da situação financeira da Câmara ser “difícil”, o novo presidente da Câmara, António Luís Beites, assegura que esse não será um argumento para que, daqui a quatro anos, o concelho não esteja melhor do que o encontrou. Foi essa a garantia deixada na segunda-feira, 3, de manhã, durante a tomada de posse do seu primeiro mandato no concelho belmontense, após 12 anos em Penamacor.
“A maioria dos candidatos, durante a campanha, abordou a situação financeira difícil da Câmara. Não vale a pena fugir a isso. Mas sempre disse que não me iria lamentar por isso, e não o vou fazer. A minha função é olhar para a frente. O objetivo é que daqui a quatro anos o concelho esteja melhor e a população sinta isso”, disse António Luís Beites, que garante chegar a Belmonte com uma “vontade inacreditável” e que a população “vai perceber isso facilmente”.
Deixando uma palavra de apreço a dois ex-autarcas que “lideraram o concelho durante muitos anos, e que deram o seu melhor”, Amândio Melo e António Dias Rocha, o novo presidente garantiu que irá tratar as juntas de freguesia todas “da mesma forma, sem distinção”, que ter sido eleito sem concorrer a nenhuma freguesia “me dá esse conforto”, lembrando a vitória “expressiva” do passado dia 12, em que conseguiu maioria no executivo (com três eleitos, contra um do PS e outro da coligação PSD/CDS). “Muitos não acreditavam ser possível nós ganharmos, mas eu sempre acreditei. Após os resultados, a responsabilidade que hoje tenho às costas é muito maior do que estávamos à espera”, vinca.

O presidente de Câmara salienta ser sua obrigação “honrar os compromissos” que assumiu em campanha e que daqui a quatro anos “estaremos cá para dizer o que fizemos, e explicar o que não fizemos, e porquê”. António Luís Beites assegura que irá governar para “encontrar soluções e não problemas”, e afirma que nesta primeira fase do mandato o executivo irá identificar os problemas existentes para delinear uma estratégia “que possa sair do papel”.
O novo autarca deixou logo algumas prioridades, como a requalificação da rede viária, a água e saneamento, a construção de um projeto educativo, a atração de empresas que possa fixar jovens a trabalhar no concelho, e a habitação. “Não olharemos só para os problemas, mas vamos sim transformá-los em soluções” assegura António Luís Beites. O autarca prometeu também olhar atento ao setor agrícola, às associações locais e às mais-valias locais. “Belmonte tem um conjunto de potencialidades enormes”, salienta, avançando que o diagnóstico inicial à situação do concelho “será rápida” e dizendo que contará com os vereadores da oposição no trabalho a que se propõe.

António Dias Rocha, autarca cessante, desejou “todos os sucessos” a Beites e vincou que todos os seus sucessos “serão os do concelho”, mostrando “total disponibilidade para o que necessitar da minha parte”. Amândio Melo, presidente da mesa da assembleia cessante agradeceu a todos os que o ajudaram a chegar aos 38 anos de vida autárquica. “Foi das melhores fases de minha vida. Este é um até sempre”, garante.
O executivo camarário contará com António Luís Beires, Joaquim Antunes e Lara Curto, da maioria eleita pelo “Nós Cidadãos”, Vítor Pereira (PS) e Humberto Barroso (PSD/CDS), que assumiu o lugar ao qual renunciou António Cardoso Marques.
A Assembleia Municipal, depois de tomar posse, elegeu por maioria (11 votos a favor, nove em branco) como presidente João Hipólito, candidato mais votado do “Nós Cidadãos”, e como secretárias Maria das Neves e Marta Santos, da mesma bancada. Foi também eleito, mas por unanimidade, o presidente da Junta de Freguesia de Caria, Silvério Quelhas, como representante das freguesias no Congresso da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).
