Miguel Gavinhos diz que saberá “responder a forças de bloqueio”

Com vários recados à oposição, novo presidente da Câmara apela ao diálogo, mas vinca que é o programa que foi mais votado o que deve governar

Foi com vários recados, em vários sentidos, em especial à candidatura independente liderada pela ex-vereadora do PSD Alcina Cerdeira, que o novo presidente da Câmara do Fundão, Miguel Gavinhos, tomou posse na tarde da passada segunda-feira, 3, no Centro de Acolhimento de Empresas Tecnológicas (CEART).

Gavinhos, que pelo PSD venceu as eleições e sucederá ao também social-democrata Paulo Fernandes, lembrou o facto de não ter maioria no executivo, mas disse que após a vitória alcançada no passado dia 12, o povo lhe deu legitimidade para governar. “Sou um afortunado. Não há maior honra que ser presidente da minha terra. É um privilégio, mas acima de tudo, uma responsabilidade. Todas as eleições são um tira-teimas. Estas foram diferentes. Não foram as mais expressivas, mas as mais importantes da história do concelho. Um amigo meu dizia-me que eram “todos contra ti”. Mas foi clarificado qual o caminho que o Fundão queria seguir” disse Miguel Gavinhos, criticando candidaturas “aparentemente independentes”. “Tivemos uma vitória clara e expressiva. Quero traduzir em diálogo e cooperação o que foi o resultado eleitoral. Deveremos colocar o Fundão acima de interesses partidários. O respeito recíproco é o que espero. Saberei responder a forças de bloqueio. E colocarei a estabilidade e governabilidade acima de qualquer linha vermelha” disse o novo autarca.

Garantindo “contar com todos” para um novo ciclo no Fundão, “que não vai parar”, Gavinhos vincou que é o programa eleitoral que ele apresentou aquele que deve vigorar, e estabeleceu, agora que é autarca, promessas que passam a “compromissos”. Entre diversas prioridades, colocar o cidadão no centro das decisões, apostar na captação de novas empresas, melhorar o parque industrial, estender o Regadio a Sul da Gardunha, aproximar a autarquia de instituições de ensino superior como a UBI, IPG e IPCB, apostar numa rede de transportes urbanos que leve gratuitamente as pessoas da cidade ao parque industrial, melhorar a mobilidade, requalificar a Avenida da Liberdade, construir 90 focos de habitação com rendas a custos acessíveis que possam ajudar a fixar jovens no concelho, apostar na educação, cultura, e saúde, entre outras. Realizar já em 2026 uma grande feira de atividades económicas é também uma meta, com cartaz musical, no qual quer ter Tony Carreira. “Não sei porque nunca atuou no Fundão” disse o recém-eleito autarca.

Miguel Gavinhos lembrou a “grande dívida” que o Fundão tem, nomeadamente no abastecimento de água e saneamento, prometendo rever o contrato de concessão com as Águas de Portugal, e desafiou a Covilhã para um trabalho em rede, em diversos setores. “Juntos seremos o motor desta região”, salientou, propondo um pacto para criação de um plano de desenvolvimento conjunto. O autarca anunciou ainda que será candidato à liderança da Associação de Municípios da Cova da Beira e garantiu aos funcionários camarários que criará condições de trabalho “para todos” e que “não haverá caça às bruxas”, nem “funcionários de primeira ou segunda”.

Antes, o presidente da mesa da assembleia cessante, Carlos São Martinho Gomes, lembrou o dever dos eleitos em zelarem pela vida da população, e recordou que este é a primeira vez, em 50 anos, que o executivo não tem maioria. Por isso apelou a uma “nova forma de estar” não só a quem lidera, como à oposição. “É preciso encontrar o equilíbrio para colocar as pessoas do Fundão acima de tudo” disse o ex-líder da assembleia.

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