Lá está! Todos sabemos que não devemos confiar em boatos, mexericos, fofocas criadas por aí no mundo das alcoviteiras. Acontece muitas vezes atribuirmos determinados dizeres a quem não disse, e criarmos por isso, mal-entendidos. Ora, como não sou de intrigas, pergunto: afinal Gouveia e Melo disse ou não disse o que disse? A bem dizer, o almirante candidato à presidência tem tido muitas dificuldades em dizer que não disse. Será que são duas pessoas diferentes? Uma que alegadamente tomou a decisão de ocupar a cadeira que ainda é de Rebelo de Sousa, porque ser Presidente da República é um desígnio nacional, e outra, que só o fez, candidatar-se, porque ficou irritado ao perceber que o actual “mais alto magistrado da nação” não queria a sua candidatura, antes prolongar-lhe o vínculo militar, o que grosso modo, acabaria mais tarde por lhe conferir a chefia de todas as Armas. Na verdade, o país olhou para o episódio como para uma birra de crianças, mas o que parece que o senhor do mar disse foi: “Queriam dar-me importância sem me darem poder para fazer nada. Foi aí que decidi: vou entrar no campo das verdadeiras decisões, a política.” Ou seja, o senhor Almirante achou que o queriam transformar numa “Rainha de Inglaterra”, e então falou com as suas medalhas e pensou; “ Ah é…?! Pois então agora é que vão`ver como elas mordem`!”. E numa demonstração de força, não disse o que muitos dizem que disse, mas acabou por dizer, não dizendo. Podemos dizer que “houve dois almirantes”.

Foi uma semana de dito por não dito, e de figuras clonadas. O Mourinho que no final do jogo do Benfica com o Casa Pia, encetou uma perseguição ao árbitro alegadamente para lhe pedir explicações sobre um lance que terá condicionado o resultado final, e na sala de imprensa justificou dessa forma o empate da sua equipa, para além de se ter “atirado” a alguns dos seus jogadores, é o mesmo Mourinho que duas semanas antes em Guimarães, também no final do jogo, tentou ridicularizar Luís Pinto, treinador do Vitória do Sport Clube, por este ter evocado que a expulsão injustificada de um seu jogador terá tido influência no desenlace?! Não parecem, mas são o mesmo. Na altura, uma das “mais importantes pessoas do futebol português”, atribuiu a juventude do técnico vimaranense para os alegados “disparates” proferidos, o que pode indicar que o treinador benfiquista terá tomado o elixir da juventude, que o levou a mostrar toda a sua furiosa irreverência, muitas vezes confundida com arrogância. Por cá, ficamos a saber que o Sporting da Covilhã é um “clube dos sócios”. Palavras do recém auto-empossado presidente que também disse que nunca ambicionou ser presidente. Parece o mesmo que chegou a pedir a demissão enquanto membro da anterior direcção, e voltou atrás?! Este Joel Vital é o mesmo que liderando um movimento interno, estendeu o tapete para a saída de Marco Pêba, subiu a presidente, sem antes ouvir os sócios? Sim, parecem o mesmo! Digamos assim.
