A concelhia do PCP da Covilhã, em comunicado, diz ter tomado conhecimento de que a Santa Casa da Misericórdia “decidiu cobrar 50 por cento das mensalidades dos seus infantários, durante os meses de Abril e Maio, apesar de estes se encontrarem encerrados devido ao COVID-19.”
O partido lembra que as famílias, “que já têm os seus rendimentos reduzidos, devido às medidas de contenção, não podem pagar por um serviço que não lhes é prestado.” E pede medidas de apoio às IPSS. Não devem ser, mais uma vez, os trabalhadores a pagarem a factura” diz o PCP, que condena que esta situação de emergência nacional “esteja a ser utilizada por esta instituição para a degradação das relações de trabalho, nomeadamente através da tentativa de transferência dos trabalhadores do infantário para o lar, entretanto contrariada através da luta dos trabalhadores e da intervenção do sindicato, a imposição do uso das férias durante este período e a tentativa de introdução de turno de 12 horas no lar. Como o PCP repetidamente tem referido, sendo necessário combater e liquidar o vírus, não é aceitável que se aproveite o vírus para liquidar direitos” frisa.
Recorde-se que na semana passada, o provedor, Neto Freire, disse publicamente que se não houver apoios do Estado, só cobrando parte das mensalidades de Abril e Maio a instituição conseguirá manter a estrutura. Em Março, a mensalidade será cobrada por inteiro.
Ao NC, a mãe de uma criança dos infantários, que prefere não se identificar, pois “as pessoas não querem prejudicar os filhos”, critica a decisão, uma vez que, afirma, as crianças ficaram em casa a 16 de Março e os pais, muitos deles, além de terem que ficar em casa perdendo 33 por cento do rendimento mensal, agora terão que pagar por um serviço de que não usufruíram. Uma reclamação que, garante, já comunicou por mail à provedoria da Misericórdia.