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“A UBI é uma instituição para o mundo”

Quem é Paulo Moniz?

Esta é a pergunta difícil. Diria que, por um lado, adaptando de José Saramago, sou alguém atento na busca de excepções por entre as regularidades da vida. E por outro, de uma forma muito íntima, respiro a UBI, num modo ‘urbi et orbi’ muito próprio: conheço algumas características deste mundo, vim dessa vastidão, acredito e confio na UBI.

Lidera uma lista, por assim dizer, inesperada, após não ter concorrido ao Conselho Geral. Porque não o fez?  E porque se candidata ao cargo de reitor?

O quadro de jurisprudência das instituições de ensino superior (RJIES) estimula e, sobretudo, defende a contribuição cívica. Talvez ‘aqui e ali’, o RJIES possa e deva ser revisto, debatido, quiçá melhorado. Mas convida, e bem, num âmbito global e receptivo, ao envolvimento participativo e democrático. A causa é o ensino superior público, ou seja, o futuro de Portugal. Por isso, abraça recolher candidaturas em amplitude e diversidade, incluindo modalidades operacionais, para que a selecção seja robusta, democrática, cívica e participativa. Com a minha candidatura, proponho que a UBI se afirme como uma instituição de educação e ciência, contemporânea, inovadora, uma referência para o seculo XXI. Proponho que a UBI vá ao encontro do estabelecido explicitamente pela UE para a década de 2020-2030 a nível de estados membros.  Onde a UBI deve persistir e de forma muito pró-activa, em diversas áreas, arregimentadas no âmbito de educação, investigação e desenvolvimento social.  Pretendo, mais em concreto, desenvolver a UBI no âmbito da nova agenda digital e suas mais diversas implicações operacionais para toda a UE. O século XXI exige uma nova sociedade muito mais colaborativa, diversa, rica nas suas múltiplas e conquistadas dimensões. A UBI pode, nós conseguimos.

Fez parte da equipa de António Fidalgo até 2018. Porque saiu?

Porque foi meu entendimento, de forma gradual, serena e sobretudo construtiva, que o adequado seria terminar o exercício das minhas funções.

 

Como avalia estes dois anos de mandato do actual Reitor? O que tiveram de positivo e negativo?

O investimento na internacionalização é muito positivo, os resultados muitíssimo satisfatórios.

Quais serão os vectores fundamentais da sua candidatura?

‘A UBI pode, nós conseguimos’ é, em parte, o contexto que guia o conteúdo da candidatura. Os elementos e muito mais detalhe estão disponíveis, em área pública. Aponto como primordiais três direcções próprias: uma educação integrativa reunindo diferentes linhas e propostas, onde mais parcerias com mais agentes educativos, sobretudo locais e regionais, sejam incorporados numa plataforma comum de trabalho e progresso,  uma investigação sem apreensões ou fronteiras, onde haja o atrevimento de desafiar os fundamentos, onde se busque a inovação por partilha translacional e uma comunidade académica, renovada, mais ampla, mais conquistadora, diversificada e inclusiva. A UBI ser o mais alargadamente empreendedora, com ousadia, com responsabilidade.

“Não há fórmula mágica” para subfinanciamento

Como pretende combater o recorrente problema do subfinanciamento da instituição?

Sejamos realistas:  não há para este desafio, que deveria figurar no topo de prioridades de qualquer órgão Português de soberania, uma ‘fórmula mágica’. É crucial apontar a aumentar a receita com mais projectos aprovados e financiados, mais e melhor prestação de serviços. Acrescentaria que na conjuntura económica actual, encontrar mais fontes de financiamento a nível local e regional é muito difícil. Mas a UBI deverá sempre ter por objectivo cimeiro apoiar mais e mais estudantes. Há que ajudar as famílias mais carenciadas:  do ponto de vista social, a UBI tem de apoiar, e de modo ainda mais reforçado, através de medidas relacionadas com bolsas, propinas, alojamento e refeições. Indo mais além do que somente com o apoio e medidas do governo Português. Haverá que congregar melhor por entre os parceiros sociais para que seja possível viabilizar uma solução de maior amplitude. No livro gratuito e de acesso livre ‘Um Novo Horizonte’ coloquei algumas ideias. São sugestões à consideração de todos, incluindo dos líderes políticos. Podemos explorá-las gradualmente e de forma ‘orgânica’, sendo resolutos nos nossos desígnios, na nossa visão e objectivos.

Ao nível dos alunos, como pretende captar mais para a UBI?

As acções de divulgação da UBI nas escolas e feiras de promoção são para acarinhar, para manter. Mas vamos melhorar a estratégia para conseguir chegar a mais potenciais estudantes. Vamos diversificar, alargar projectos e protocolos, captando mais interesse. No Interior há segurança, com um custo de vida mais baixo do que no Litoral, onde a UBI é uma segunda casa para os alunos. Existe uma maior proximidade, a UBI é uma comunidade dentro da comunidade. Acrescentaria que na componente ‘comunidade’ apontei a mais rotas de captação, mais inovadoras, com alguma ousadia, num âmbito adaptado das políticas de ‘ciência cidadã’.  Mais indicaria que por um lado, ao apoiarmos mais e melhor a comunidade estudantil presente na UBI, então obviamente novos estudantes virão para se integrarem na UBI. E por outro lado, se soubermos trabalhar mais e melhor, de forma estreita e corresponsável com outros agentes educativos locais e regionais, reiteradamente ainda mais estudantes virão.  A UBI pode, nós conseguimos.

Procurar alunos da Boidobra ao Sri Lanka

A aposta nos alunos estrangeiros vai-se manter?

A UBI é a Universidade da Beira Interior, é uma instituição para o mundo. É neste vasto e rico contexto de diversidade que a UBI irá abraçar todos e todas que nos procurem, estudantes que viajem da Boidobra ou Benguela, de Sobral de S. Miguel ou do Sri Lanka, de Unhais da Serra ou do Uruguai.

(Entrevista completa na edição papel)

Nota: O NC pediu entrevistas aos outros dois candidatos. Abel Gomes, primeiro, acedeu a responder, mas depois não o fez; Mário Raposo recusou, alegando ser “falta de ética” apresentar as suas ideias publicamente, antes das audições dos candidatos, agendadas para quarta-feira, 14, dia da eleição.

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